No sexto e mais aguardado dia do julgamento da morte do pastor Anderson do Carmo, a pastora Flordelis narrou episódios de supostas agressões físicas e sexuais praticadas pelo marido. A ex-deputada federal foi interrogada neste sábado (12), diante do Tribunal do Júri de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Flordelis não quis responder perguntas da acusação, apenas da defesa e dos jurados.
Questionada sobre a autoria do crime, ela negou envolvimento e lembrou que dois de seus filhos já foram condenados em um julgamento anterior, dando a entender aos jurados que não houve um mandante no crime.
Além do homicídio triplamente qualificado, Flordelis também responde por uso de documento falso, associação criminosa armada e tentativa de homicídio no episódio em que teria supostamente tentado envenenar o pastor, o que o advogado de defesa Rodrigo Faucz nega.
Outros quatro réus também foram interrogados: os filhos afetivos de Flordelis André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva, a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues e a neta Rayane dos Santos Oliveira.
Em linhas gerais, todos negaram envolvimento, citaram episódios de supostos abusos e definiram o pastor Anderson como um homem agressivo e controlador, em relação às finanças e à dinâmica da casa.
A acusação rechaça a tentativa da defesa de justificar o crime por essas supostas características do pastor e diz que o assassinato foi motivado por uma disputa de poder e dinheiro, como disse, em entrevista, o assistente de acusação Ângelo Máximo.
Após o interrogatório dos réus, teve início as alegações finais do Ministério Público e da defesa. A expectativa é que o julgamento seja concluído neste domingo (13) e a sentença saia, no máximo, na manhã de segunda feira (14).