Fiocruz firma acordo com Caring Cross para tratamento de doenças oncológicas

Fiocruz firma acordo com Caring Cross para novo tratamento para doenças oncológicas

Por Daniel Henrique

Leonardo Oliveira/Fiocruz
A sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro

A Fundação Oswaldo Cruz firmou um acordo de colaboração com uma organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos, a Caring Cross, para atender pacientes do SUS com um novo tratamento para doenças oncológicas, infecciosas e genéticas.  

A estratégia, apresentada nesta terça-feira (26), prevê a transferência de tecnologia para a produção das chamadas células CAR-T, que utilizam o próprio sistema imunológico do corpo para atingir e destruir as células afetadas, como explica o pesquisador do Instituto Nacional do Câncer e especialista da Fiocruz, Martin Bonamino.

"A gente coleta as células do paciente, leva para o laboratório e no laboratório a gente modifica essas células geneticamente. Então eu diria que é uma terapia de ponta no ponto de vista biotecnológico. A gente faz essa modificação genética e depois devolve para o paciente, através de uma infusão na veia, normal. E aí essas células vão circular pelo corpo, reconhecendo e eliminando o tumor."

Com o acordo firmado, a Fiocruz será detentora da tecnologia no Brasil e na América Latina, reduzindo os custos e ampliando o acesso da população.  

Inicialmente, o acordo prevê como foco terapias para leucemia e linfoma. O ensaio clínico está previsto pra começar no primeiro trimestre do ano que vem com os pacientes do INCA. Dependendo da resposta, o tratamento deve ser ampliado.  

A iniciativa deve representar uma grande economia para o Sistema Único de Saúde.

A média internacional da dose da terapia CAR-T é de 350 mil dólares. Com a transferência de tecnologia, o custo previsto para o SUS deve ser dez vezes menor: cerca de 35 mil dólares.  

A ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade, comemorou a conquista.

"Na linha de um Brasil bem cuidado, nós tenhamos a ciência, a tecnologia, a inovação, a serviço da vida, do cuidado e no fortalecimento do Sistema Único de Saúde."

Segundo o Centro de Terapia Celular da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 90% dos pacientes com leucemia, sem quaisquer perspectivas de tratamento, responderam à terapia revolucionária, dos quais 60% foram curados. Pessoas com doenças como mieloma múltiplo e linfomas também responderam bem ao tratamento com células CAR-T.

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