Fim do terceiro dia de julgamento de Flordelis é marcado por bate-boca

Além disso, no fim da sessão, Simone dos Santos, uma das filhas que está sendo julgada, passou mal e precisou ser socorrida pelo SAMU.

Mariana Albuquerque

A previsão é de começar a escutar as testemunhas de defesa nesta quinta-feira (10) Brunno Dantas/TJRJ
A previsão é de começar a escutar as testemunhas de defesa nesta quinta-feira (10)
Brunno Dantas/TJRJ

O terceiro dia do julgamento da ex-deputada federal Flordelis, dos três filhos e da neta dela, é marcado por bate-boca. A sessão desta quarta-feira (9) chegou a ser suspensa após promotores do Ministério Público mostrarem o trecho de um livro escrito por uma jornalista, levantando a hipotese que a advogada da ex-parlamentar, Janira Rocha, teria instruído testemunhas. 

Depois do tumulto, a juíza Nearis dos Santos Carvalho negou o pedido dos advogados de Flordelis em chamar e autora do livro para esclarecer os fatos. A advogada Janira Rocha negou a acusação de que influenciou testemunhas.

Além disso, no fim da sessão, Simone dos Santos, uma das filhas que está sendo julgada, passou mal e precisou ser socorrida pelo SAMU.

Diferentemente do previsto nenhuma testemunha de defesa foi ouvida nesta quarta-feira (09). A previsão é de começar a escuta-las nesta quinta, quarto dia do julgamento.

Mais quatro testemunhas de acusação foram ouvidas. Luana Rangel, nora de Flordelis, foi a primeira a depor. Depois, os filhos afetivos Daniel dos Santos e Daiane Freire. Por fim, a neta afetiva Raquel da Silva Falou. Os três últimos falaram por videoconferência porque não se sentiam confortáveis de estar presencialmente com os réus. Todos eles afirmaram o envolvimento de Flordelis no assassinato, com a narração de outros episódios de tentativa de matar Anderson, como envenenar a bebida do pastor e contratar um matador de aluguel junto com Rayane dos Santos, neta que está sendo julgada.

Após depoimento, Luana Rangel relatou à imprensa que presenciou situações em que Flordelis estaria tentando envenenar a bebida do pastor.

Dez testemunhas de acusação foram ouvidas nestes três dias de julgamento. Depois delas, 17 de defesa ainda vão ser ouvidas. Até agora, a defesa de Flordelis não dispensou nenhuma delas. Depois disso, os réus ainda têm o direito de falar, para depois promotores do Ministério e da Justiça darem as alegações finais e, ai, os jurados decidirem.

A previsão de encerrar o julgamento nesta quarta-feira não se concretizou. O julgamento deve durar até a madruga de sexta para sábado. Se não houver mais demora no processo.

Parentes e amigos de Flordelis estiveram presentes neste dia. Ao ver de longe essas pessoas, a ex-deputada agradeceu a presença deles e pediu que orassem muito. Flordelis chorou durante o depoimento dos filhos. No testemunho da última pessoa, a ex-política ficou fora do plenário por 50 minutos. Não se soube o motivo.

OS DEPOIMENTOS

Primeira a falar, Luana Rangel (nora de Flordelis e esposa de Misael, que já prestou depoimento ontem) falou do envolvimento de Rayane dos Santos, neta de Flordelis que está sendo julagada, junto à avó em uma das tentativas de matar o pastor Anderson do Carmo através da contratação de um matador de aluguel, o que não deu certo. Em sessão, ela disse que já viu Flordelis colocando veneno na bebida do pastor.

Segundo a falar, e por videoconferência, Daniel dos Santos de Souza (filho afetivo de Flordelis) disse que a ex-deputada fazia a cabeça dele para pensar que Anderson do Carmo não era um "santo". Daniel reafirmou a fala de outros filhos em depoimento: Flordelis dizia que Deus iria levar Anderson em breve porque ele fazia algumas coisas ruins e o tempo dele na Terra estava acabando.  

Terceira a depor, Daiane Freires (filha afetiva de Flordelis) falou que, desde o assassinato do pastor, ela soube que a mãe afetiva tinha sido a mandante do crime. Daiane confessou ter saído da casa da família com medo da ex-parlamentar. "Se minha mãe matou o marido dela, imagina o que não faria comigo". Daiane Freires também disse que já presenciou um caso em que pastor Anderson importunou sexualmente uma das irmãs dela e que, ao falar disso a Flordelis, ela teria ignorado.  

Quarta a depor, Raquel Silva (neta afetiva de Flordelis) falou sobre os casos de envenenamento ao pastor. ELa disse que a mãe dela tomou um dos sucos e passou mal, além de precisar ser levada ao hospital e ficar internada. Ela, em depoimento, revelou que uma Paula Barros foi contratada por Flordelis, se apresentando como psicóloga, para conversar com a família, após o crime. Segundo Raquel, Paula ouvia a versão de cada um sobre o que fez no dia do crime e regulava o que falar ou não. "A gente ficava lá o tempo que ela achava adequado. Todo mundo da casa tinha que passar por essa simulação de depoimento". Raquel contou que Flordelis ligou para ela assim que soube que a neta havia sido chamada para depor e pediu para ela não ir a sede policia. De acordo com Raquel, algumas pessoas da família tentaram a prender no carro, mas ela "deu um jeito", saiu e foi depor. A neta afetiva ainda comentou, em depoimento, que, após a morte de Anderson, os preferidos de Flordelis ganharam vários Iphones enquanto ela e outros, não ganharam nada. "Era como se fosse um prêmio, não é". Raquel contou que "Negue até a morte" era o lema da casa sobre coisas que aconteciam por lá. 

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