As consequências do fenômeno climático "El Niño" e o longo período de estiagem são uns dos fatores que contribuem para o aumento da seca nos municípios brasileiros. A declaração é de um especialista ouvido pela reportagem da BandNews FM nesta quinta-feira (25).
Mil setecentos e quarenta e seis municípios brasileiros estão classificados com grau de seca "extrema" ou "severa". O número representa mais de 31% de todas as cidades brasileiras. A informação consta no monitoramento parcial de secas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais referente ao mês de julho.
Além disso, 3.797 municípios do país estão classificados com algum tipo de grau de seca atualmente, de "fraca" a "extrema", o que representa 68% das cidades brasileiras. Os outros 1.773 municípios brasileiros estão com situação normalizada. A classificação do CEMADEN é de quatro categorias: extrema, severa, moderada e fraca.
Para o pesquisador de secas do Cemaden, Marcelo Zeri, o "El Niño" e a estiagem ajudaram a aumentar a seca do Norte ao Sudeste.
Dos 645 municípios do estado de São Paulo, por exemplo, todos estão com algum grau de seca, segundo o CEMADEN. Quatrocentos e quarenta e três cidades foram classificadas com grau de seca "extrema" ou "severa". Ainda na Região Sudeste, 70 dos 853 municípios de Minas Gerais estão classificados com seca "extrema". A capital fluminense está na categoria "moderada".
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Brasil já registrou mais de 50 mil focos de incêndio em 2024, a maioria no Norte e no Centro-Oeste, principalmente na cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A massa de ar seco causa também a redução dos níveis de umidade no ar. Segundo o Instituto Nacional de Metereologia, o município registrou apenas 14% de umidade na quarta-feira (24). O bioma mais atingido pelos focos de incêndio é o amazônico.
A última vez que o país chegou a valor maior foi há 20 anos, em 2004. Na ocasião, foram 53.426 focos detectados por satélite. Na comparação com o ano passado, o aumento é de 53%.
O Pantanal registrou 3.523 focos ativos detectados de maio a julho de 2024. É o maior número desde o início da série histórica em 1998 no mesmo período. Em junho, foram 2.639, o maior volume para o mês.