Familiares reclamam da demora para liberação de corpos no IML de Petrópolis

Força-tarefa é montada para agilizar o processo, mas muitos moradores aguardam desde a última quarta-feira (16)

Pedro Dobal

Muitos moradores precisaram aguardar em pé e debaixo de sol Pedro Dobal
Muitos moradores precisaram aguardar em pé e debaixo de sol
Pedro Dobal

Familiares das vítimas do temporal que atingiu a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, ainda reclamam da demora no atendimento do Instituto Médico Legal.

Pelo menos 110 corpos foram levados para o IML em um intervalo de 48 horas. Durante esta quinta-feira (17), muitos moradores precisaram aguardar, em pé e debaixo de sol, para conseguir informações sobre a identificação de parentes e amigos.

Agentes da Secretaria Estadual de Vitimados anunciavam os nomes dos mortos em voz alta com frequência.

Algumas pessoas esperavam a liberação dos corpos desde quarta-feira (16). É o caso da Queila Teixeira, que perdeu o cunhado em um dos pontos de deslizamento. Ela classifica a espera como um prolongamento do sofrimento.

Uma força-tarefa, com a participação de agentes de diferentes órgãos, foi montada no IML para acelerar o processo. Dois caminhões frigoríficos são usados para a preservação dos corpos. Um gerador deve garantir a continuidade das ações mesmo em caso de falta de energia.

Cerca de 200 policiais civis foram mobilizados para agilizar a perícia e reforçar o policiamento na cidade. O grupo inclui peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia, servidores de cartório e de diversas delegacias da Região Serrana.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro montou uma unidade móvel com defensores e servidores com o objetivo de acolher e orientar os moradores.

O Ministério Público do Rio também deu início a um cadastro de pessoas desaparecidas. Com os nomes e as características físicas no banco de dados, as informações são cruzadas com bases de outros órgãos.

Juízes de Petrópolis também fazem um mutirão para organização dos documentos necessários para o processo de identificação das vítimas.

O juiz Alexandre Teixeira de Souza, que acompanha os trabalhos, compara a situação de Petrópolis a um cenário de guerra.

Para aliviar o momento de dor, voluntários se mobilizam para levar água e comida aos parentes das vitimas no IML. Um deles é o motoboy Mateus Thomaz.  

Para respeitar a programação das famílias, a Prefeitura de Petrópolis optou por não realizar enterros coletivos. 

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