Familiares pedem Justiça após homem ser preso sem participar de crime

A investigação aponta que o técnico em eletrônica e automação industrial forneceu o carro usado no assassinato do investidor em criptomoedas e youtuber Wesley Pessano, de 19 anos

Ryan Lobo

A família ainda reuniu diversos documentos que comprovam a residência fixa, como IPTU, con
Prefeitura de São Pedro da Aldeia

A família de Thiago Julio Galdino, de 35 anos, preso pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento em um homicídio, em São Pedro da Aldeia, em agosto do ano passado, afirma que ele é inocente.

A investigação aponta que o técnico em eletrônica e automação industrial forneceu o carro usado no assassinato do investidor em criptomoedas e youtuber Wesley Pessano, de 19 anos. 

O veículo teria sido entregue a Valder Janilson Chaves dos Santos, também acusado de participar do homicídio.

Familiares de Thiago dão outra versão. Eles dizem que os dois tinham celebrado um contrato para o aluguel do automóvel, duas semanas antes da execução do trader. No documento ficou acordado que o carro seria usado para Valder trabalhar como motorista de aplicativo, como conta a esposa de Thiago, Camila Galdino.

A reportagem da BandNews FM esteve na casa onde Thiago mora há trinta anos, em Duque de Caxias, sendo quinze com a esposa. Os dois têm uma filha de dez anos. No local, Camila apresentou vários documentos que comprovam que o técnico em eletrônica já havia alugado o mesmo veículo várias vezes para outras pessoas, sempre para que trabalhassem como motoristas de aplicativo. Uma das empresas confirmou que o automóvel foi registrado na plataforma por diferentes motoristas, mas não divulgou os nomes por questões de segurança. A empresa revelou, porém, que Valder não era um deles.

Foi no município da Baixada Fluminense que Thiago Galdino foi preso, no início de setembro, pela Polícia Civil. No mesmo dia, os agentes também prenderam Valder Janilson, que confessou o crime.

Em 4 de agosto, quando Wesley foi morto, Thiago estava em uma viagem com a família na Região dos Lagos. Na ocasião ele alugou um carro para fazer o passeio. O sistema de GPS do veículo, o localizador do celular dele e fotos tiradas pela esposa comprovam que o técnico estava em Cabo Frio, na Praia do Canto, e não em São Pedro da Aldeia, onde o crime ocorreu.

A família ainda reuniu diversos documentos que comprovam a residência fixa, como IPTU, contas de telefone e de energia elétrica, e faturas de cartões. Mesmo assim, Thiago chegou a ser considerado foragido da Justiça.

A prisão dele desencadeou problemas psiquiátricos na mãe. Atualmente, ela vive a base de remédios controlados. Além da saudade que deixou em casa, Thiago faz falta para a família já que a maior parte da renda vinha dele, de acordo com a esposa.

Procurada, a Polícia Civil sequer respondeu aos questionamentos da reportagem. Já o Ministério Público afirma que as decisões do órgão e do Tribunal de Justiça do Rio são fundamentadas, e que as informações que constam no processo são suficientes para compreender a razão da prisão. Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, é réu no mesmo processo, apontado como o mandante do crime.

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