Familiares do cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta, de 40 anos, morto por um policial penal durante uma discussão por causa de uma pizza, estiveram no Instituto Médico Legal (IML) de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, na manhã desta segunda-feira (3). Eles lembraram de Thiago como um verdadeiro boêmio, apaixonado por futebol, samba, viagens e fotografia.
Tricolor de coração, o cinegrafista, que era carinhosamente chamado de Motoca, foi morto com três tiros pelo policial penal Marcelo de Lima, logo depois do primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, entre Flamengo e Fluminense, num bar próximo ao Maracanã, no sábado (1).
O agente da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), que estava de folga, ainda atirou contra um amigo de Thiago, o também tricolor e cinegrafista Bruno Tonini Moura, de 38 anos. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Badim, precisando de doação de sangue. O acusado foi preso.
Amigo de infância e compadre de Thiago, o professor de jiu-jitsu Bruno Rodrigues de Souza chamou Marcelo de Lima de covarde.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ouvir que o policial penal fez pelo menos nove disparos. Testemunhas contam que o bar estava lotado no momento dos tiros.
Thiago era casado e não tinha filhos. Ele trabalhou, no início do ano, na TV Band Rio como cinegrafista do programa Samba Coração. Na internet, familiares, amigos e artistas que trabalharam com ele lamentaram a morte.
Durante audiência de custódia, no domingo (2), a Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão em flagrante de Marcelo de Lima. O juiz Bruno Rodrigues Pinto entendeu que não houve legítima defesa por parte do policial penal e que ele não teve o comportamento esperado de um agente de segurança pública. Ele responde por homicídio qualificado por motivo fútil e tentativa de homicídio.