Familiares de alunos com deficiência matriculados nas redes municipais de ensino das duas cidades mais populosas do Estado denunciam problemas no atendimento aos estudantes. Profissionais da área também pedem melhores condições de trabalho e reflexão no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, lembrado neste sábado, 2 de abril.
Ao todo, nas escolas administradas pela Prefeitura do Rio, são 19 mil alunos com deficiências como autismo, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades e superdotação, para 1.100 agentes de apoio à Educação Especial. Para um dos representantes da categoria, que preferiu não se identificar, a conta não fecha.
De acordo com o Sindicato de Agente de Apoio à Educação Especial, uma das medidas adotadas pelo Município para minimizar os impactos no ensino foi a contratação de estagiários, alunos dos cursos de licenciatura, para atuarem como mediadores dessas crianças. Entretanto, sem o devido preparo e o suporte da Prefeitura, o desafio se torna ainda maior.
É o que afirma este aluno, que atuou como mediador em uma escola municipal, mas que, por medo de represálias, preferiu não se identificar.
Em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, responsáveis de alunos vivenciam a mesma situação. João Calleb tem apenas 6 anos e está no primeiro ano do Ensino Fundamental. De acordo com a mãe dele, Eliane Rotta Lima, o filho está sem mediador desde o início do período letivo. Antes, na pré-escola, precisou contar com a boa vontade de uma professora.
Em nota, a Prefeitura do Rio afirmou que Secretaria Municipal de Educação tem atuação de referência no Brasil no atendimento a alunos público-alvo da educação especial e que está em processo de contratação de mais dois mil e 500 estagiários para apoiar no atendimento.
A BandNews FM tentou contato com a Prefeitura de São Gonçalo, mas não teve retorno.