A mãe do marinheiro que morreu após uma carreta derrubar um transformador de energia afirma que a empresa do veículo ainda não entrou em contato com ela. O caso aconteceu há dois meses.

Luiz Felipe Silva Soares, de 21 anos, estava andando de bicicleta elétrica em Camboinhas, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Ele passava férias na casa de uma tia. A carreta, da empresa Bolater, carregava uma máquina de obra, bateu na fiação e derrubou um poste. O jovem foi atingido por um transformador e morreu no local. O motorista não prestou socorro.

Em depoimento à Polícia Civil, Clóvis Monteiro disse que não viu que tinha causado um acidente a achou apenas que tinha arrancado um fio telefônico.

A mãe da vítima, Katia Soares, critica a falta de contato do motorista e da empresa.

São dois meses de angústia, desespero, um pouco de raiva, não quero ter isso, mas eu tô tendo, pela falta de comprometimento, de ajuda do motorista, da empresa. Eu queria ouvir pelo menos um 'desculpa' na época. Ninguém fez contato, ninguém quis saber como é que a gente estava. Meu filho não era qualquer um e mesmo que fosse, é uma vida.

O advogado da empresa Bolater, Pedro Bonome, disse à BandNews FM que a companhia não teve acesso aos dados telefônicos da família. Ainda de acordo com ele, os cabos de alta tensão da região não seguem as normas de altura, e o motorista estava dentro da cabine sem visão do entorno.  

Batedores de uma empresa contratada pela Bolater acompanhavam o motorista. Eles também deixaram o local. A BandNews FM tenta contato com as defesas deles. Segundo a Bolater, eles prestaram serviço para a empresa apenas nesta ocasião. Já o motorista ainda é funcionário.

Câmeras de segurança da região flagraram Clóvis Monteiro tendo dificuldade para manobrar, antes de derrubar o poste. Os motoristas prestaram depoimento, assim como funcionários de um condomínio próximo.

O caso aconteceu no fim da noite de 28 de agosto e ainda está em fase de inquérito pela Polícia Civil.

A BandNews FM aguarda posicionamento da Enel sobre os postes.

Luiz Felipe atuava como marinheiro em Niterói desde janeiro e, na semana passada, foi homenageado em uma missa na Escola de Aprendizes-Marinheiros do Espírito Santo, da qual foi aluno.