O falso policial preso pela Polícia Civil em Queimados, na Baixada Fluminense, também fazia abordagens a supostos suspeitos pelas ruas da cidade. 

Imagens de uma câmera de segurança flagraram uma das ações, que ocorreu na madrugada do último domingo (13).

Na gravação, dois homens aparecem subindo uma calçada em duas motos. Segundos depois, um carro branco se aproxima e para ao lado deles. Do veículo, desce o falso policial usando um uniforme da Polícia Civil, com calça preta, camisa cinza e boné. 

Um rapaz de camisa clara levanta os braços enquanto o suposto agente parece segurar uma arma. Uma mulher que também estava no local ainda tenta correr para dentro de um imóvel, mas é chamada de volta.

Os homens abordados levantam a camisa diversas vezes para mostrar que não estavam armados. Os quatro seguem discutindo por cerca de um minuto, até o suposto policial voltar para o carro e ir embora.

Marcelo Correa de Assis chegava a postar vídeos nas redes sociais se passando por agente da Polícia Civil. 

Em um deles, ele se vangloria e afirma que atua na instituição desde o ano passado.

Aí rapaziada, sonho realizado, me formei na terceira turma de 2023, tá ligado? Acabei de fazer um raizinho e vou lá dar um papo nos vagabundo. Não gosto de prender. Tenta a sorte não, irmão, tá ligado? É Marcelinho, sonho realizado, obrigado Deus! O "raizinho" ao qual ele se refere é o RAS, Regime Adicional de Serviço, quando os agentes trabalham em dias de folga e recebem um pagamento extra.

Uma foto obtida pelos investigadores mostra que o falso policial chegava a circular pela cidade com um revólver na cintura.

Marcelo Assis foi preso na segunda-feira (14), quando agentes reais da Polícia Civil faziam buscas relacionadas a uma milícia que atua em Queimados e abordaram o carro do falso policial. Ele foi encontrado usando uma roupa tática e uma espécie de touca ninja.

Na casa dele, os policiais apreenderam um revólver, uma pistola e munição de diversos calibres. Marcelo vai responder por posse irregular de arma de fogo, mas as investigações continuam, para apurar as falsas abordagens feitas por ele e esclarecer se o suspeito tem ligação com grupos paramilitares que atuam na região.