A Fifa afirma que a liminar do Supremo Tribunal Federal que levou Ednaldo Rodrigues de volta à presidência da Confederação Brasileira de Futebol evitou que o Brasil corresse o risco de ser excluído de competições internacionais.
Nesta segunda-feira (8), uma comitiva da Fifa e da Conmebol visitou a sede da CBF na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Os representantes participam de reuniões com dirigentes para avaliar a situação política da entidade.
Ednaldo havia sido afastado no início de dezembro pela Justiça do Rio. Na época, o Judiciário fluminense entendeu como ilegal um acordo entre o Ministério Público e a CBF firmado em 2022, que definiu as regras para a eleição que levou Ednaldo ao comando da entidade. Já o ministro Gilmar Mendes, do STF, considerou o risco de a Seleção não participar do Torneio Pré-Olímpico e, consequentemente, da Olímpiada de Paris.
O diretor de assuntos jurídicos da Fifa, Emílio Garcia, reforça que a entidade máxima do futebol não aceita interferências externas na administração das confederações e, por isso, por isso não reconhecia a destituição de Ednaldo.
Após a visita desta segunda-feira (8), Ednaldo elogiou a decisão do SFT e a postura da Fifa.
O caso ainda vai ser analisado no plenário do STF, mas ainda não há data para o julgamento.
Ainda em dezembro, a Fifa e a Conmebol enviaram uma carta à CBF, informando que queriam acompanhar de perto o processo político pelo qual a confederação passa. Elas ainda pediram que nenhuma eleição fosse realizada até a visita da comitiva.
Uma das primeiras ações tomadas por Ednaldo após retornar à presidência foi a demissão do técnico Fernando Diniz. O novo comandante da Canarinho deve ser Dorival Júnior, que treinava o São Paulo. Antes mesmo do anúncio oficial da CBF, o tricolor paulista se antecipou e comunicou a saída do técnico que conduziu o time ao título da Copa do Brasil na última temporada.
Logo depois do retorno de Ednaldo, uma ex-diretora da CBF pediu à Comissão de Ética da entidade o afastamento dele. O pedido foi protocolado pela arquiteta Luísa Rosa, que foi diretora de Patrimônio e Infraestrutura da CBF, na sexta-feira (5).
No documento, ela afirma que foi demitida do cargo em julho de 2023, sem qualquer justificativa plausível, após denunciar ter sofrido assédio moral, psicológico e sexual.
A ex-diretora acusa Ednaldo de participar direta ou indiretamente de diversos episódios de assédio e o diretor de Governança e Conformidade, Hélio Santos Menezes Júnior, de permitir ou não fiscalizar de modo satisfatório os assédios ocorridos.
Contratada em 2020, Luísa foi a primeira mulher a integrar a Diretoria da CBF. No pedido, ela ainda diz que o assédio parece ser uma regra geral de conduta da gestão de Ednaldo Rodrigues na entidade.
Procurada, a CBF ainda não se posicionou. A reportagem da BandNews FM tenta contato com a defesa dos dirigentes citados.