A etnia e a cor da gestante podem afetar o ganho de peso e o crescimento das crianças. É o que sugere um novo estudo publicado pela Fundação Oswaldo Cruz, que abordou como influências indiretas podem impactar no desenvolvimento infantil.
O levantamento alertou para uma maior desigualdade em relação a filhos de mulheres indígenas. Nesse cenário, a pesquisa constatou maiores taxas de baixa estatura (26,74%) e baixo peso para a idade (5,90%).
Além disso, características de magreza também foram mais prevalentes entre crianças filhas de mães pardas e pretas (5,52% e 3,91%, respectivamente), indígenas (4,20%) e de descendência asiática (5,46%), em relação às crianças filhas de mulheres brancas (3,91%).
A pesquisadora da Fiocruz, Helena Banes, defende que o estudo é importante para que políticas públicas sejam pensadas para combater essas desigualdades.
O levantamento considerou as informações de mais de 4 milhões de crianças brasileiras, nascidas entre janeiro de 2003 e novembro de 2015, e que tiveram o desenvolvimento acompanhado no período entre 2008 e 2017.
Das pessoas gestantes que fizeram parte da análise as mulheres indígenas e pretas possuíam os menores níveis educacionais (27,52% e 13,76%, respectivamente). Essas mulheres também registraram maiores índices de interrupção no acompanhamento pré-natal (67,44% para as indígenas e 47,02% para mulheres pretas), acompanhadas pelas declaradas pardas (48,55%).