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Estudo revela impacto da pandemia no padrão de deslocamento

Levantamento deixou clara a necessidade de um transporte mais qualificado, que seja mais eficiente

Estudo revela impacto da pandemia no padrão de deslocamento
Divulgação

Um estudo da Universidade Federal do Rio apontou que o padrão adotado para deslocamento da população, na Região Metropolitana, mudou. A pesquisa entrevistou 4.300 pessoas e mostrou que 14% dos fluminenses migraram do transporte público para o individual, seja por aplicativo ou particular.  

Na Baixada, em São João de Meriti e Mesquita, a mudança atingiu mais de 37% dos passageiros consultados.

Na quarta-feira (15), o Programa de Engenharia de Transportes (PET) da Coppe/UFRJ promoveu um encontro que discutiu o impacto da pandemia de Covid-19 no padrão de deslocamento e reuniu especialistas em mobilidade urbana e representantes de prefeituras e também do Governo do Estado.

A diretora de Mobilidade Urbana da Semove Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro, Richele Cabral, afirma que o cenário do sistema de transporte público vem encolhendo desde 2014, onde 40% dos passageiros foram perdidos.

E aí, como é que a gente faz para qualificar e trazer os passageiros novamente para o sistema de transporte público, assim como trazer novos, aqueles que nunca utilizaram? É sempre pensando na qualificação do sistema. E como é que a gente qualifica? É pensando numa série de atributos, que é a questão do tempo de viagem, da qualificação do sistema, do conforto, da previsibilidade, e tudo isso é possível com o investimento.

Segundo Richele, essa mudança não é uma consequência exclusiva da pandemia. Durante o workshop, a diretora afirmou que a perda dos passageiros levou ao fechamento de 30 empresas e à redução de 44,5% no número de colaboradores.

O consultor e especialista em mobilidade urbana, Rodrigo Tortoriello, afirma que é preciso entender o que faz o usuário deixar de usar o transporte público.

Entendendo esses motivos, a gente pode planejar políticas públicas para reorganizar o sistema, para dar mais prioridade, para dar mais conforto e mais qualidade. O sistema de transporte coletivo não consegue sobreviver somente das tarifas que ele arrecada do cliente do transporte público. É necessário que haja investimento público tanto para a infraestrutura quanto para o custeio.

Os pesquisadores da Coppe concluíram que o levantamento deixou clara a necessidade de um transporte mais qualificado, que seja mais eficiente, principalmente em relação ao tempo de viagem e conforto.

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