A onda de violência na Zona Oeste pegou de surpresa um grupo de cerca de 400 crianças da Escola Bahiense, de Freguesia e da Barra da Tijuca, que fazia uma excursão em Santa Cruz. Por causa da ação de criminosos, que incendiaram 35 ônibus na região, a direção pedagógica na unidade de ensino decidiu fazer uma parada no Megavile Clube Guaratiba e aguardar escolta.
Em outra excursão, de estudantes do Colégio Garriga de Menezes, em Jacarepaguá, mais de 50 crianças ficaram presas em um parque ambiental. Crianças do maternal também estavam no passeio educativo que havia começado no início da tarde.
Um outro ônibus que transportava alunos do Colégio Francisco de Assis, em Realengo, recebeu escolta da Polícia Rodoviária Federal na volta de um passeio em um sítio de Itaguaí, na Região Metropolitana.
Mais de 17 mil alunos de 45 escolas municipais da região foram afetados. Em algumas unidades, os alunos e professores tiveram que aguardar para deixar as escolas em segurança. A situação foi destaque no jornal britânico The Guardian, que a classificou como "dramática".
A UFRJ não cancelou as aulas nesta terça-feira (24), mas determinou o abono de faltas para os alunos moradores da Zona Oeste. A UNIRIO cancelou as aulas devido aos ataques. Por sua vez, a Uerj suspendeu as aulas no campus Zona Oeste, mas manteve nos outros campi da universidade. A UFRRJ adotou aulas remotas nesta terça-feira.
Já a PUC-Rio, na Zona Sul, abriu as portas para abrigar alunos e funcionários que não conseguiram chegar em casa na segunda-feira (23), mas manteve as atividades nesta terça-feira.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, na manhã desta terça-feira, 20 unidades estão fechadas até o último fechamento desta reportagem.
Ao todo, 35 ônibus foram incendiados na Zona Oeste da cidade. A manifestação é em represália à morte de Matheus Fernandes, o Faustão, de 24 anos, sobrinho do chefe da milícia Zinho, na comunidade Três Pontes. Dez bairros da capital fluminense tiveram registros de ataques após o ocorrido.
Nesta terça-feira (24), uma força-tarefa do Ministério da Justiça chega ao Rio de Janeiro para ampliar a atuação de forças de segurança federais no estado e tratar de alternativas para solução do problema.