Estudantes de Ed. Física da UFRJ enfrentam dificuldades após quedas de estruturas no campus

Os alunos têm sido realocados por toda a Cidade Universitária para conseguirem ter aulas teóricas

Por Letícia Araújo (sob supervisão)

Estudantes de Ed. Física da UFRJ enfrentam dificuldades após quedas de estruturas no campus
UFRJ
Reprodução/UFRJ

Os estudantes de educação física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Cidade Universitária, têm enfrentado problemas na logística de aulas práticas por causa dos episódios de quedas de estrutura na universidade, que começaram em 2023.

Os alunos têm sido realocados por toda a Cidade Universitária para conseguirem ter aulas teóricas. Porém, as aulas práticas ainda são um problema para os discentes.

As nossas aulas são em lugares completamente diferentes e os ônibus não estão dando vazão também, às vezes não dá nem para entrar dentro do ônibus, de tanta gente que tem. Por exemplo, na segunda-feira eu tenho aula em letras, aí depois eu tenho que ir correndo para o CCS. De ônibus, dá 15 minutos. Até eu esperar o ônibus, até o ônibus chegar, eu já perdi 30 minutos da minha aula, até mais. Os próprios professores têm que fazer essa locomoção maluca. Eu tenho um professor que ele não tem carro e ele tem que pegar o ônibus, e aí ele pega o ônibus e chega atrasado em todas as aulas.

Em nota, o Escritório Técnico da Universidade (ETU), notificou a faculdade que os ginásios para aulas práticas só poderiam ser utilizados caso mudassem a parte elétrica do local e colocassem telas de proteção no teto. Além disso, contêineres seriam alugados para atender à demanda de sala e de vestiários.

Em uma reunião com todo o corpo social, para anunciar como seria feito o uso dos ginásios, foi constatado que o ETU não assinou o documento de permissão de utilização dos ginásios. Mesmo sem a assinatura, os alunos continuaram utilizando as quadras até o início de 2025.

Neste ano, a direção do curso de educação física notificou os alunos que os ginásios só seriam utilizados com a assinatura. O Escritório, então, pediu um ensaio técnico detalhado a uma empresa para garantir que não haveria outro desabamento. Entretanto, até o momento ainda não houve a realização do ensaio. A previsão é de que os alunos fiquem sem aulas práticas até o final de maio. 

Além disso, os blocos A e B, que sofreram quedas, ainda se encontram interditados e sem previsão de retorno. Esses blocos são onde os alunos têm aulas teóricas.

A diretora do Centro Acadêmico de Educação Física, Melanie Caires, explica como a situação desmotiva os alunos.

Cheguei no Rio de Janeiro e eu fui recebida com o meu prédio caído. Eu nunca na minha vida imaginei que eu fosse deixar de estudar porque eu não tinha um lugar pra estudar. É algo tão ruim, é algo que dói você escutar, é cansativo. Como se realmente não tivesse perspectiva pro futuro.

Devido à falta de salas de aula, alunos que fizeram o Enem 2024 só vão poder fazer ingresso na universidade no segundo semestre de 2025.

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