O Estado do Rio foi intimado a pagar indenização aos familiares do pedreiro Amarildo Dias de Souza, que desapareceu em julho de 2013, depois de ser colocado em uma viatura da Polícia Militar na Rocinha, na Zona Sul do Rio.

A informação foi confirmada pelo advogado João Tancredo, que representa os parentes de Amarildo. Na próxima sexta-feira (14) a morte dele completa dez anos.

Em 2018, a Justiça do Rio determinou o pagamento de indenização de R$ 500 mil para a viúva e cada um dos seis filhos do pedreiro, além de R$ 100 mil para dois irmãos de Amarildo. Atualmente, Elizabeth Gomes da Silva, companheira do pedreiro, recebe uma pensão equivalente a um salário mínimo pelo estado.

Para o advogado João Tancredo, o pagamento pelo estado ainda deve demorar a ser realizado, porque ainda cabe recurso.

Elizabeth da Silva conta que a família ainda quer encontrar os restos mortais de Amarildo e fala que a vida piorou com a morte do marido em 2013.

Dois anos antes, a Justiça concluiu que Amarildo foi torturado até a morte. O corpo nunca foi encontrado. Ao todo, 25 pms foram investigados pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. Treze militares foram condenados, sendo que um deles já havia morrido antes da condenação.

Amarildo seguia para fazer compras quando foi abordado por policiais militares. Ele foi conduzido até a base da unidade de polícia pacificadora e depois desapareceu.

Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado disse que o assunto ainda está pendente de julgamento de recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça.