Estado do Rio tem mais de 9 mil mortes de crianças sem resposta

Menos de 40% das investigações sobre assassinatos ou tentativas de homicídios de crianças e adolescentes em todo o estado do Rio foram solucionadas desde 1999

Por Thuany Dossares

Menos de 40% das investigações sobre assassinatos ou tentativas de homicídios de crianças e adolescentes em todo o estado do Rio foram solucionadas desde 1999, segundo um relatório da Defensoria Pública. Isso significa que seis em cada dez inquéritos policiais ainda aguardam conclusão, alguns há mais de duas décadas.

O levantamento feito pelo órgão indica que dos mais de 15.600 casos, quase 9.500 estão à espera de solução. A defensora Carolina Haber ressalta que a maioria dos crimes contra meninos e meninas até 17 anos são cometidos de forma intencional.

"Quando a gente olha para esses dados, a gente percebe que desde 2009 há inquéritos tramitando e que não foram encerrados, 60% do total de inquéritos ainda está em aberto. Esses inquéritos, eles envolvem em sua maioria homicídios dolosos, praticados com a intenção de matar, que corresponde a quase metade dos casos, e em sua maioria provocados por projéteis de arma de fogo", disse.

A pesquisa foi feita para verificar a aplicação da Lei Ágatha, de 2021, que determina prioridade à investigação desses crimes. A lei leva o nome da menina morta por um tiro de fuzil durante uma operação policial no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, em 2019.

No entanto, o relatório indica que as investigações que ainda estão em aberto se arrastam, em média, por 9 anos e 8 meses, como explica a defensora Carolina Haber.

A maior parte das vítimas dos crimes dolosos, quando há a intenção de matar, têm entre 12 e 17 anos. Essa faixa etária engloba 94% dos casos de homicídio de crianças e adolescentes, segundo a Defensoria.

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