O durante e o depois. No dia em que a BandNews FM denunciou a atuação da milícia nos transportes clandestino de carros particulares na Região dos Lagos, as prefeituras resolveram agir. O resultado? Motoristas irregulares acuados e o poder públicos, depois de meses de omissão, finalmente nas ruas.
Não durou cinco dias. Passada a denúncia e livres dos holofotes, motoristas clandestinos comemoravam o que chamam de "volta da normalidade". Enquanto isso, motoristas de ônibus são demitidos e empresas de viação estão à beira da falência.
As empresas de ônibus, que circulam entre Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, São Pedro D'Aldeia e Araruama, apontam queda de 60% no faturamento. A expectativa é que as companhias fechem as portas até o fim do ano.
Todos os motoristas precisam pagar uma taxa de extorsão para circular na região. Quem não aceitar fazer o pagamento, é ameaçado. A investigação da Polícia Civil aponta para execuções em casos de desobediência.
Três prisões foram realizadas há cerca de 10 dias. Os presos são acusados de serem os responsáveis pela relação dos veículos que circulam nos municípios. Mas, a investigação já apontou que essas funções já têm substitutos. Os investigadores também já sabem que os milicianos ateiam fogo nos ônibus que fazem o transporte nessas cidades.
O Ministério Público tem uma relação com dois mil veículos que fazem o transporte irregular de passageiros na região. O mesmo inquérito aponta que doze por cento desse total é de carros clonados. Há ainda a possibilidade de a quadrilha ter expandido os negócios irregulares, passando a atuar na Região Serrana e na Costa Verde Fluminense, levando passageiros à Rodoviária do Rio.
As prefeituras têm dificuldade em combater as ações criminosas. Falta estrutura e pessoal. Em Cabo Frio, única cidade que atendeu aos questionamentos da reportagem, há um grande plano de ação em curso para encaminhar os motoristas clandestinos identificados à Polícia Civil.