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Esposa de PM diz que só soube de morte de feirante ao chegar na delegacia

Natália Regina Telles Novo Pires afirmou em depoimento que não sabia o que estava acontecendo no momento em que Fernando Ribeiro Baraúna atirou contra a vítima

Por Vinícius Calixto

Esposa de PM diz que só soube de morte de feirante ao chegar na delegacia
Esposa do sargento da PM preso após matar um feirante na Penha
Reprodução/TV Band

A esposa do sargento da PM preso após matar um feirante na Penha, na Zona Norte do Rio, que aparece em vídeos momentos após Pedro Henrique Morato Dantas de 20 anos, ser baleado, afirmou em depoimento que só soube que o marido havia matado um homem quando chegou à delegacia.

Natália Regina Telles Novo Pires afirmou em depoimento que não sabia o que estava acontecendo no momento em que Fernando Ribeiro Baraúna atirou contra a vítima, na madrugada de domingo (6). Segundo testemunhas, o jovem estava montando a barraca de caldo de cana onde trabalhava quando foi baleado.

Nesta segunda-feira (7), a Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão do policial militar, Ele segue preso na unidade prisional da PM. Familiares e amigos da vítima afirmaram que a esposa do agente acusou o feirante de ter assaltado o marido na saída de uma boate na Praça Panamericana.

Natália disse à Polícia que ela e Fernando tinham saído da boate onde estavam e um homem teria passado e dado um golpe na cabeça do marido, que correu atrás do agressor. 

Ainda de acordo com a esposa do policial, ela não conseguiu acompanhá-lo, pois ele teria corrido muito rápido e logo depois escutou os disparos. Natália ainda afirmou que sequer viu as características físicas do homem que, supostamente, agrediu o sargento.

A mulher negou versão dos familiares da vítima, que relataram que a mulher tinha o acusado de roubo contra o casal.

Uma amiga de Pedro Henrique, que preferiu não ser identificada, afirmou que o jovem era trabalhador e pede por justiça.

Os policiais militares que foram acionados para verificar o assassinato do feirante de 20 anos afirmaram que o sargento, preso em flagrante pelo crime, estava com sinais de que teria ingerido bebida alcoólica em razão do cheiro e fala desconexa. 

O laudo do teste de alcoolemia, feito seis horas após o episódio, deu negativo. Na delegacia, o agente disse que não ingeriu bebida alcoólica e nem substância ilícita, mas se recusou a fornecer amostra da urina para realização do exame toxicológico. 

No entanto, em depoimento, a esposa do PM admitiu que ele fez ingestão de álcool durante a madrugada, mas que não estava alcoolizado.

O PM foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado. A arma utilizada por ele foi apreendida. A Corregedoria da Polícia Militar instaurou uma investigação interna. 

O corpo do feirante Pedro Henrique Morato Dantas, de 20 anos, foi sepultado na tarde desta segunda-feira (7), na cidade de Pedro de Toledo, no interior de São Paulo. A Delegacia de Homicídios da Capital analisa ao menos seis câmeras de segurança para tentar esclarecer o caso.

Em nota, a Polícia Militar disse que não compactua com cometimento de excessos e crimes realizados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos.

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