As obras de contenção às margens do Rio Quitandinha, um dos principais leitos que cortam Petrópolis, na Região Serrana do Rio, deveriam minimizar os impactos das fortes chuvas que atingiram a cidade nesta sexta-feira (22), em relação aos eventos de inundações.
No entanto, de acordo com o professor do Departamento de Geografia da UFRJ, Manoel do Couto Fernandes, a ausência de um projeto efetivo pode ter contribuído para a enxurrada no município.
De acordo com o especialista, após o temporal de 2022, que vitimou pelo menos 235 pessoas, foram construídas contenções nas margens do leito. Para isso, foram feitos muros em alguns pontos, o que estrangulou ainda mais o rio.
O professor Manoel do Couto também afirma que ainda faltam projetos que capacitem a retenção de água nas bacias dos rios Quitandinha, Palatino e Piabanha. Mas, segundo o especialista, até agora, o poder público (Municipal, Estadual e Federal) sequer tem um estudo que indique, por exemplo, a possibilidade de instalação de reservatórios de água, mais conhecidos como piscinões.
Ainda segundo o especialista, a região do Alto da Independência, onde quatro pessoas morreram no desabamento de um prédio, drena a água da chuva na rede hidrográfica da Baía de Guanabara.
No entanto, para chegar até lá, a água precisa passar pelo municípios de Caxias e Magé, na Região Metropolitana. Ou seja, os impactos das chuvas nessas cidades é potencializados pelo deságue de Petrópolis.
Só na última sexta-feira (22), o município de Petrópolis registou uma média de 270 milímetros de chuva, o equivalente a 270 litros de água por metro quadrado. Quatro pessoas morreram na cidade.