Especialistas acreditam que o fim do crédito rotativo dos cartões de crédito pode ser uma boa alternativa para a população inadimplente do país. A avaliação vem depois de presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciar que a instituição estuda a possibilidade como medida para redução das dívidas.
O crédito rotativo é oferecido ao consumidor quando ele não paga a fatura total do cartão. A diferença entre o valor total e o que não foi pago se transforma em um empréstimo do banco. O problema é que as instituições financeiras passam a cobrar juros cada vez maiores, para se proteger de calotes. Esses valores podem ultrapassar 400% por ano.
Caso a medida proposta por Campos Neto seja implementada, o valor não pago será parcelado automaticamente em 12 vezes, com juros entre 9% e 9,5%.
Para o educador financeiro Alexandre Prato, a alternativa pode beneficiar tanto consumidores quando os bancos.
De acordo com a colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, as instituições financeiras afirmam que fixar uma taxa mínima pode gerar limitação de crédito. E, além disso, a retirada da taxa mínima de juros pode prejudicar o comércio varejista.
Trinta e cinco por cento da população brasileira estava endividada no mês de junho deste ano. O valor total das dívidas somou mais de R$ 345 bilhões de reais, mais de 30% somente nos cartões de crédito. O levantamento foi feito pelo Serasa Experian.