Especialista ouvido pela reportagem da BandNews FM critica o relatório da Polícia Militar que aponta um advogado criminalista e políticos como aliados do tráfico da favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio.
O documento, publicado no Sistema Eletrônico de Informações no final de abril, traz um compilado de informações após a troca de comando da UPP Jacarezinho. O material conta com informações de monitoramento da região e da atuação da PM, como número de prisões, áreas dominadas pelo tráfico e nomes de suspeitos.
Entre os tópicos, é mencionado o advogado criminalista e ativista de Direitos Humanos Joel Luiz da Costa como "advogado da quadrilha", além de destacar os cargo dele como diretor do Instituto de Defesa da População Negra e integrante da Coalizão Negra por Direitos.
Já como destaque de "influentes" na favela, o relatório apresenta os nomes do deputado estadual Flávio Serafini (PSOL), da ex-deputada estadual Mônica Francisco (PT) e do ex-deputado Sebastião da Costa, o Tiãozinho do Jacaré (Republicanos).
Para o especialista em segurança, Daniel Hirata, a exposição e monitoramento de ativistas dos Direitos Humanos é um ponto grave.
Em nota, o deputado Flávio Serafini disse que o relatório tem uma "evidente intenção de criminalizar lideranças comunitárias e defensores de direitos humanos." Serafini ainda enviou um ofício para a Polícia Militar solicitando esclarecimentos sobre o material.
Procurada, a PM alegou que os políticos e lideranças citados, assim como outros representantes da comunidade, compõem o cenário analisado e, por isso, estão inseridos no contexto da produção do relatório.