Eduardo Paes se retrata com prefeito de SP após fala de "Rio virar cracolândia"

Prefeito do Rio destacou que a questão dos usuários de drogas é um problema das grandes cidades do mundo e citou São Paulo por ser a maior da América Latina

Por Mariana Albuquerque

Eduardo Paes se retrata com prefeito de SP após fala de "Rio virar cracolândia"
Em nota, Paes destacou que a questão dos usuários de drogas é problema nas grandes cidades
Reprodução/Agência Brasil

Após afirmar que não vai permitir que o Rio de Janeiro repita a situação da cracolândia no Centro de São Paulo, o prefeito Eduardo Paes se retratou com o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes.

Em nota, Paes destacou que a questão dos usuários de drogas é um problema das grandes cidades do mundo e disse que citou São Paulo porque é a maior cidade da América Latina. O prefeito também afirmou que tem trocado ideias e experiências com o político paulista e defendeu união no combate ao problema.  

A polêmica acontece dias após a Prefeitura do Rio anunciar a retomada da política de internação involuntária de dependentes químicos que estejam em condições que ameacem a própria integridade.  

A ideia é que seja montada uma unidade de atendimento para receber os usuários que tenham indicação para tratamento por meio da internação.

Segundo Eduardo Paes, o assunto também deve ser debatido em uma reunião com o ministro de Desenvolvimento Social Wellington Dias, nos próximos dias.

O antropólogo Robson Rodrigues, que é membro do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, defende que o problema seja tratado de forma multidisciplinar, considerando todos os aspectos relacionados às áreas de saúde, segurança e assistência social.  

O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União emitiram uma nota técnica conjunta criticando o anúncio do prefeito. Segundo os órgãos, a política sugerida viola a legislação federal e a própria legislação do município.  

O documento lembra que a internação deve ser realizada somente de maneira excepcional e com indicação médica. O texto ainda classifica a medida como uma política higienista, que tem o objetivo de retirar de circulação pessoas "indesejadas" pela sociedade.

Procurada, a Prefeitura do Rio não se posicionou em relação à nota técnica.

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