O Prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirma que vai entrar na Justiça para impedir que a modalidade de transporte Uber Moto tenha continuidade na cidade.

Nesta quinta-feira (5), a empresa Uber anunciou a novidade na capital fluminense. No entanto, logo em seguida, Paes demonstrou a insatisfação com o anúncio através de uma publicação na internet.

De acordo com o prefeito, o governo municipal defende a livre iniciativa, mas quer proteger os motociclistas de possíveis taxas abusivas cobradas pela empresa.

Especialistas também ressaltam transtornos que a nova modalidade pode provocar no trânsito carioca. Segundo o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, uma das hipóteses para o surgimento da Uber Moto na cidade é o fato de o governo não conseguir oferecer transporte de qualidade para a população.  

O que abre uma brecha para o surgimento de transportes alternativos, porque esse não deixa de ser um deles, é porque o poder público não está atuando para suprir a necessidade da população. Trem, metrô e BRT não são modalidades satisfatórias no Rio.

Já o coordenador do programa SOS Estradas, Rodolfo Rizzoto, alerta para os impactos na saúde pública e na economia que a modalidade pode gerar, já que o Brasil acumula altos índices de mortes e invalidez permanente envolvendo motociclistas.

Essa é uma atividade que vai provocar um forte impacto na saúde pública, na economia e vai gerar um lucro para a Uber. Mais de 70% das indenizações pagas por morte e invalidez permanente em acidentes de trânsito envolvem motocilistas.

Em nota, a Uber afirmou que o serviço com motos já está disponível desde novembro de 2020 em algumas partes do país e, desde o fim de 2021, na Região Metropolitana do Rio. A plataforma atua em pelo menos 160 cidades brasileiras.