Drones adaptados e usados por criminosos do Rio custam cerca de R$ 20 mil

Os bandidos utilizaram drones para monitorar e lançar granadas contra rivais

Por João Boueri

Drones
Reprodução

Os drones adaptados com granadas utilizados por criminosos no Complexo de Israel e na Favela do Quitungo, na Zona Norte do Rio, possuem autonomia para voar 45 minutos e custam entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. No entanto, se os equipamentos carregam peso extra, como foi o caso, a bateria pode durar menos. A avaliação é de um especialista ouvido pela reportagem da BandNews FM nesta terça-feira (9).

Durante confronto entre criminosos do Terceiro Comando Puro e do Comando Vermelho na sexta-feira (5), os bandidos utilizaram drones para monitorar e lançar granadas contra rivais. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso.  

Em uma imagem gravada, é possível ver que um dos artefatos cai sobre um grupo de traficantes na Favela do Quitungo. Todos correm após a detonação. Já em outro momento, o drone sobrevoou a região da Cidade Alta, na mesma região, a 100 metros de altura. A orientação da Agência Nacional de Aviação Civil é de que os equipamentos não passem de 120 metros de altura.  

Um dos drones caiu no quintal da casa de uma moradora da região. Um artefato não detonado foi encontrado no mesmo lugar. Ainda não há informações se ele foi retirado do local.  

Para o piloto profissional e instrutor de voo de drones Leonardo Cardoso, o pêndulo formado pelo peso da granada pode desestabilizar o drone, o que pode ter causado a queda na casa da moradora. Além disso, ele conta que os criminosos devem ter acoplado uma espécie de "gancho" para carregar e depois soltar o artefato.  

Outro recurso presente no drone é a filmagem em resolução 4K, sensores anti-colisão e tecnologia que permite o deslocamento do equipamento de volta ao ponto de origem por perda de bateria, por exemplo.  

As disputas territoriais na região do Complexo de Israel e criminosos da Favela do Quitungo aumentaram nos últimos meses.  

As investigações da Polícia Civil já identificaram que os criminosos utilizam câmeras de segurança e drones para monitorar a ação das autoridades. Agora, a tecnologia é usada para atacar rivais.

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