Dos temporais ao extremo calor: RJ vive na pele as mudanças climáticas em 2023

Acompanhe o quarto episódio do “O que foi Notícia em 2023”

Por Mariana Albuquerque

Em novembro, uma forte onda de calor assolou a população
Agência Brasil

O estado do Rio viveu, este ano, extremos e bateu recordes climáticos. Foram tempestades, alagamentos, ventania, auge do calor e vários estragos. A situação, fora do comum, fez com que prefeituras precisassem repensar os planos em vigor e reforçar medidas de contenção para o ano que vem.

O início de 2023 foi marcado por tragédia. Em fevereiro, um homem, a esposa e a filha deles, de apenas quatro anos, morreram soterrados em São Gonçalo, na Região Metropolitana, após um deslizamento de terra causado por uma forte chuva. No mesmo bairro, Engenho Pequeno, uma mulher, de 52 anos, também morreu. 300 pessoas chegaram a ficar desabrigadas na cidade. Moradores culparam a falta de dragagem dos valões.

Em novembro, mesmo após aviso da Marinha, moradores da capital fluminense se surpreenderam com a intensidade das ressacas, que foram mais fortes na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e no Leblon, na Zona Sul. Em Niterói, também na Região Metropolitana, ventos históricos chegaram a cento e trinta e sete quilômetros por hora.

Um mês depois, um temporal atingiu Angra dos Reis, cidade da Costa Verde Fluminense. No bairro Bracuí, um casal de idosos morreu afogado em um asilo. A estrada que dá acesso à região foi fechada, por causa de um deslizamento.

E o que era para ser um fim de semana inesquecível para os fãs virou tragédia, depois da morte de uma fã por causa das altas temperaturas nos dias dos shows da cantora norte-americana Taylor Swift. Ana Clara Benevides, de 23 anos, teve uma parada cardiorrespiratória. A onda de calor em novembro fez com que a cidade registrasse a maior sensação térmica desde 2014: 59,3 graus, em Guaratiba, na Zona Oeste.

Membro da Academia Brasileira de Ciências e climatologista do Instituto de Estudos Avançados da USP Carlos Nobre avalia que, no próximo ano, o estado continuará sob influência forte do El Niño, fenômeno de aumento da temperatura do oceano, que vem influenciando o clima. Segundo Nobre, as consequências devem ser sentidas pelo menos até o primeiro semestre de 2024, o que precisa ser observado pelas prefeituras.

Por causa das mudanças, a Prefeitura do Rio criou um plano de contingência. Os estágios operacionais, por exemplo, passaram a ser determinados por números. Além das chuvas, agora, a temperatura também é levada em conta. Uma das grandes apostas do Município é o novo radar meteorológico da Serra do Mendanha, na Zona Oeste. Ele amplia a capacidade dos especialistas na previsão do tempo e foi comprado para ajudar a evitar tragédias.

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