Um esquema de desvio de recursos na área da Saúde, em São Gonçalo, causou um prejuízo superior a R$ 10 milhões aos cofres públicos. A Prefeitura da cidade da Região Metropolitana foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (7).
O suposto esquema criminoso estaria acontecendo desde 2016, através de uma organização social.
Segundo a PF, há fortes evidências de contratação de exames laboratoriais e análises clínicas sem licitação e superfaturados, além de médicos fantasmas. O inquérito apontou que a OS investigada chegou a ganhar R$ 300 mil por mês.
Já empresas subcontratadas pela OS e relacionadas aos gestores públicos receberam juntas cerca de R$ 70 milhões de 2020 a 2023. A investigação descobriu ainda que os serviços prestados por essas empresas não eram fiscalizados nem pela OS, nem por qualquer órgão público.
Atualmente, a Organização Social investigada é responsável pela gestão de três unidades de saúde municipais.
Enquanto isso, quem depende da saúde pública da cidade desabafa. O analista de sistemas André Fidelis perdeu horas para conseguir que a esposa, com febre e dor no corpo, fosse atendida.
Ao todo, foram apreendidos R$ 250 mil em dinheiro na operação. Só na casa de um dos alvos da ação, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, os policiais encontraram R$ 40 mil em espécie. Quinze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Gonçalo e em outras cinco cidades do Rio e de São Paulo: no município vizinho Niterói, na capital e em Cabo Frio, na Região dos Lagos, e nas cidades de Sorocaba e Santos, em São Paulo.
Cerca de 70 policiais federais e 15 auditores da Controladoria-Geral da União foram para as ruas para cumprirem os mandados contra pessoas físicas e jurídicas.
Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato-desvio e lavagem de dinheiro.
A operação desta quinta-feira (7) foi denominada Esculápio, que nas mitologias grega e romana significa o deus da medicina e da cura.
Em nota, a Prefeitura de São Gonçalo afirmou que a atual gestão não compactua com quaisquer irregularidades que possam gerar desvios de recursos públicos e que o secretário de Saúde, Dr. Gleison Rocha, não tem ingerência sobre as contratações realizadas pelas OSs no município.