O desemprego no país no trimestre encerrado em agosto fica em 7,8%. O resultado representa uma queda de 1,1 ponto porcentual frente ao mesmo período do ano anterior. As informações são da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (29).
Essa é a menor taxa de desocupação desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado.
A população desocupada, de 8 milhões e 400 mil pessoas, recuou 5,9% no trimestre e caiu 13,2%, menos 1,3 milhão de pessoas, no ano. A população ocupada ficou em 99,7 milhões e cresceu 1,3% no trimestre e 0,6% no ano. O nível da ocupação foi estimado em 57,0%, crescendo 0,6%, frente ao trimestre de fevereiro a abril.
Daniel Duque, do FGV IBRE, explica que eventuais cortes na taxa básica de juros podem contribuir para a queda no desemprego.
"A queda de juros em geral inlfuencia a demanda agregada, o consumo das familias, o investimentos das empresas porque há um menor custo de empréstimo e ganhos financeiros por parte das empresas", defende.
"Tanto as famílias ganhando mais, quanto as empresas investindo mais, isso gera ganhos na área do desemprego", completa.
No trimestre analisado, o número de pessoas procurando emprego ou trabalhando foi estimado em 108,1 milhões.
Bernardo Oliva, de 22 anos, é aluno de Engenharia de Produção. Ele conta que ficou desempregado recentemente e busca ativamente por uma nova oportunidade.
"Eu acabei ficando desempregado recentemente e acaba ficando muito difícil essa busca para se reestabelecer, de conseguir algum emprego, porque quando a gente é jovem temos o pensamento de evoluir e crescer."
"Eu vejo que o mercado está difícil de conseguir uma nova vaga."
Entre os trabalhadores domésticos, o contingente cresceu 2,8% ante o trimestre anterior e ficou estável frente ao trimestre encerrado em agosto de 2022.
Quase 39 milhões de trabalhadores estão na informalidade, enquanto, no setor privado, há 37,2 milhões de pessoas com carteira assinada.
A colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, atribui o cenário à Reforma Trabalhista.
“Embora a gente tenha muita gente na informalidade você tem um crescimento forte de trabalhadores com carteira assinada, que pode ter a ver, segundo os especialistas em trabalho, com a reforma trabalhista", ressalta.