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Deputado estadual Renato Machado (PT) vira réu por envolvimento em morte de jornalista

Robson Ferreira Giorno foi assassinado na frente de casa, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, em 2019

Por João Boueri

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Reprodução

O deputado estadual Renato Machado (PT) se tornou réu pelo envolvimento na morte do jornalista Robson Ferreira Giorno. Nesta quarta-feira (25), a Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público, que apontou que o político foi o mandante da execução. 

Na decisão, o juiz Felipe Carvalho Goncalves da Silva decretou medidas cautelares ao parlamentar e a outras três pessoas, que também viraram réus pelo crime. Renato Machado, Vanessa da Matta Andrade, o policial militar reformado Davi de Souza Esteves e Rodrigo José Barbosa da Silva foram proibidos de alterar o endereço; de manter contato com testemunhas; e de sair do estado do Rio por mais de 30 dias sem autorização.

A vítima foi assassinada na frente de casa, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, no dia 25 de maio de 2019. 

O juiz também cita que o deputado federal Washington Luiz Cardoso Siqueira, conhecido como Quaquá, denunciou em rede social que sofreu ameaça de Rodrigo José Barbosa Da Silva, após cobrar investigações do caso. 

Para os promotores, o planejamento ocorreu após o profissional ter feito ataques à reputação do político e da suposta amante dele, Vanessa da Matta Andrade, que também foi denunciada pelo MP.

Ela teria contratado os outros investigados para executar o assassinato. Além do deputado estadual e de Vanessa, também foram alvo de denúncia o policial militar reformado Davi de Souza Esteves e Rodrigo José Barbosa da Silva, que segundo o órgão, são conhecidos em Maricá pela atuação em atividades criminosas. 

O laudo de necropsia apontou que o jornalista foi baleado na cabeça, tórax e membros superiores.

Segundo a denúncia, antes de se aliar a Renato Machado para planejar a morte de Robson Giorno, Vanessa atuava como informante da vítima para fornecimento de notícias. No entanto, o jornalista não teria honrado um acordo de pagamentos. 

Os promotores também pediram para que o caso seja julgado pelo Tribunal do Júri. 

Rodrigo e Vanessa chegaram a ser presos no ano passado pelo envolvimento nas mortes de quatro pessoas em 2019: um jornalista, um ex-vereador e o filho, e uma quarta vítima. O PM reformado também foi preso na ocasião. Eles respondem em liberdade. 

O jornalista Romário da Silva Barros voltava para o carro, quando dois homens se aproximaram do veículo e atiraram três vezes. Assim como Robson, ele era conhecido no município por noticiar acontecimentos políticos.

No início do ano, Renato Machado virou réu em um processo de pagamento de propina por uma construtora contratada pelo município de Maricá para realizar a construção do Hospital Municipal Doutor Che Guevara, em 2016. Segundo o Ministério Público, cerca de R$ 2 milhões foram pagos a uma empresa de fachada, que repassava a verba ilícita aos envolvidos. Entre eles, o deputado.

Machado nega envolvimento na morte do jornalista e disse que o MP deixou de juntar documentos indispensáveis para a análise e que a versão da acusação tem por base o depoimento isolado de uma única testemunha. Sobre a acusação pelo crime de peculato e lavagem de dinheiro, a defesa disse que vai se pronunciar nos autos do processo.

A BandNews FM tenta contato com os demais citados.  

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