O depoimento do ex-policial militar Élcio de Queiroz ao Supremo Tribunal Federal sobre o planejamento do assassinato de Marielle Franco vai ser retomado na tarde desta segunda-feira (2). O réu confesso de ter dirigido o carro usado no crime começou a ser ouvido na última sexta-feira (30). Ele chegou a dizer que não sabia que o carro dirigido por ele seria usado para o ataque à vereadora, que também matou o motorista Anderson Gomes. Segundo Élcio, o crime teria sido cometido por Ronnie Lessa por motivação pessoal.
O também ex-PM Ronnie Lessa confessou ter atirado em Marielle. Ele foi ouvido durante três dias, antes de Élcio de Queiroz, e respondeu a perguntas da Procuradoria-Geral da República e das defesas dos réus. Lessa chegou a dizer que a colaboração premiada de Élcio o influenciou a também aceitar a medida.
Desde o dia 12 de agosto, outras nove pessoas já tinham sido ouvidas pelo STF. Entre elas, o miliciano Orlando Curicica, o secretário municipal de Ordem Pública do Rio e delegado, Brenno Carnevale, e a assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que estava no carro no dia do crime em 2018, mas sobreviveu.
São réus na ação Domingos e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes do crime, o ex-chefe de Polícia Civil Rivaldo Barbosa, que teria ajudado a obstruir as investigações, além de Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como major Ronald, e Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe. Robson é apontado pelos investigadores como miliciano, que teria ajudado a intermediar o primeiro encontro de Ronnie Lessa com os irmãos Brazão. Já major Ronald seria o responsável por alertar os demais envolvidos sobre a localização de Marielle no dia do assassinato.
Todos estão presos e acompanham a audiência de instrução no STF.