Depoimento de contraventor abre suspeitas sobre criação de nova cúpula do bicho

Polícia investiga se o contraventor Rogério Andrade e Adilson Filho, o Adilsinho são os mandantes da tentativa de homicídio

Por Thuany Dossares

Depoimento de contraventor abre suspeitas sobre criação de nova cúpula do bicho
Rogério Andrade e Adilson Coutinho Oliveira Filho, respectivamente
Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil investiga se o contraventor Rogério Andrade e Adilson Coutinho Oliveira Filho, o Adilsinho, suspeito de ser contrabandista de cigarros, são os mandantes da tentativa de homicídio contra um homem de 22 anos, no Catumbi, na Zona Norte do Rio. O carro de Luiz Henrique de Souza foi alvo de cerca de 40 tiros de fuzil na última sexta-feira (14).  

A Delegacia da Cidade Nova (6ª DP) apura se crime foi motivado por uma guerra pelo controle de dezenas de pontos do jogo do bicho, entre contraventores e integrantes de uma quadrilha de cigarros contrabandeados. Essa linha de investigação passou a ser traçada depois que o pai da vítima, Luiz Cabral, contou em depoimento que gerencia quase 50 pontos do jogo do bicho, que funcionam em diversos bairros da Zona Sul e da Zona Norte, para a família Garcia. No entanto, ele diz que o filho trabalha como motorista de aplicativo e não tem envolvimento com o esquema, mas às vezes, dá carona para o pai.

Segundo Luiz Cabral, Rogério, Adilsinho e Vinicius Drummond se intitulam a nova cúpula do jogo do bicho no Rio. Ele afirma que no dia anterior ao crime, recebeu uma ligação de vídeo com ameaças.  

O alvo do ataque acabou sendo Luiz Henrique. O pai conta que o jovem tinha acabado uma corrida em Laranjeiras, na Zona Sul, e ligou para ele, para encontrá-lo na Zona Norte, para ir nas bancas que ele gerencia nos bairros de Bonsucesso, Ramos e Olaria. No caminho, o carro do motorista foi interceptado na esquina das ruas Catumbi e Frei Caneca. Os criminosos estavam armados de fuzil e estariam a bordo de um Hyundai Creta preto. O motorista de aplicativo foi atingido por quatro disparos, no braço, na perna, nas nádegas e nas costas. Ele conseguiu deixar o veículo e está internado no Hospital Souza Aguiar, no Centro.

De acordo com a Polícia Civil, o ponto onde o ataque ocorreu não tinha câmeras de segurança de prédios privados. Os agentes já entraram em contato com a CET-Rio para saber se as câmeras da Prefeitura flagraram o crime.  

Apesar da linha de investigação sobre disputa por pontos do jogo do bicho, a Polícia Civil não descarta nenhuma outra possibilidade para a motivação da tentativa de homicídio contra Luiz Henrique. Os homens citados por Luiz Cabral não possuem mandados de prisão.

Desde o atentado, Luiz tem vivido escondido e afirma temer pela vida da família. O advogado André Bergeralck procurou o Ministério Público do Rio para que pai e filho sejam incluídos em um programa de proteção à testemunha.

A reportagem tenta contato com a defesa dos citados. 

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