Demissão do secretário de Polícia Civil do Rio é motivada por descontentamento do governador

No lugar de Amim, fica o delegado Felipe Curi, diretor-geral do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil desde outubro de 2023

Por Gabriela Morgado

A demissão do secretário de Polícia Civil do Rio, Marcos Amim, aconteceu por causa do descontentamento do governador com algumas ações do delegado. Segundo fontes da BandNews FM, Amim faltava a reuniões convocadas por Cláudio Castro com autoridades. Além disso, vinha promovendo mudanças na polícia, inclusive com a troca de chefes de setores, de forma individual, sem consultar os demais responsáveis, como o secretário de Segurança Pública, Victor Santos.

Em agosto, Marcus Amim ainda chegou a prestar depoimento à Polícia Federal sobre as investigações do assassinato de Marielle Franco. Ele disse que apontou nomes de cinco possíveis executores ao delegado Giniton Lages, citado no inquérito, e ao ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, acusado de atrapalhar as investações da morte da parlamentar.  

No lugar de Amim, fica o delegado Felipe Curi, diretor-geral do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil desde outubro de 2023. Ele também foi diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada e coordenou a força-tarefa montada para combater as milícias no estado.  

Curi também coordenou a operação que terminou com a morte do chefe da maior milícia do Rio, Wellington da Silva Braga, o Ecko.

Ele é o quinto secretário de Polícia Civil nomeado pelo governador. De acordo com Cláudio Castro, as alterações foram feitas para fortalecer as forças de segurança do estado. Mas o ex-comandante da Polícia Militar Ubiratan Ângelo ressalta que as trocas constantes geram instabilidade para a instituição.

Quando você em 4 anos altera 4 vezes o comando de uma instituição que é responsável pela metade das funções da segurança pública, você traz uma descontinuidade nos planos do gestor. Não tem a ver com quem sai ou com quem entra, seja quem for. Sem tempo de você poder colocar em prática tudo. E se é ruim para a instituição, é ruim para a população.

Como o nome de Marcus Amim foi uma indicação do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, e do deputado Márcio Canella, Cláudio Castro aceitou fazer uma segunda nomeação, de alguém ligado aos parlamentares: Tarciso de Salles Junior, novo comandante do Corpo de Bombeiros. Ele substitui Leandro Monteiro, que estava há quase 30 anos na corporação. Ainda segundo fontes da BandNews FM, Castro ofereceu um cargo a Monteiro na diretoria da Cedae, o que foi recusado por ele.

Tarciso de Salles Junior era corregedor-geral da Secretaria de Estado de Saúde e já tinha sido corregedor e comandante do Corpo de Bombeiros, além de secretário municipal de Proteção e Defesa Civil de Magé, em 2021.

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