Delegacia investiga irregularidades em depósito de surf na Praia do Pepê

Local foi cedido ao centro de treinamento da Associação Carioca de WindSurf

João Boueri*

Delegacia investiga irregularidades em depósito de surf na Praia do Pepê
Reprodução/Redes Sociais

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente investiga possíveis irregularidades nas obras de construção de um depósito de equipamentos de surf subterrâneo no calçadão da Praia do Pepê, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O local foi cedido ao centro de treinamento da Associação Carioca de WindSurf. A Secretaria Municipal de Conservação também vai ao local para verificar se os trabalhos estão sendo executados conforme o projeto aprovado.  

Os moradores do Jardim Oceânico dizem que as obras destruíram o espaço de corujas que existia no local e avançaram pela faixa de areia.  

Na sexta-feira (12), o INEA deu prazo de 15 dias para que a associação apresentasse as documentações do processo autorizado na Prefeitura do Rio. As obras estão paralisadas.  

Em vídeos divulgados nas redes sociais os frequentadores afirmam que são utilizadas retroescavadeiras no período noturno o que destrói a fauna e a restinga da região. O grupo realizou um protesto pacífico na manhã de sábado (13) no local.

Alexandre Costa, membro da associação de moradores do Jardim Oceânico, questiona a realização das obras no local. Ele também relata que estranhou a reação do funcionário que operava a retroescavadeira, quando perguntado sobre o serviço.  

Em 2020, o INEA já havia alertado para a necessidade de uma avaliação criteriosa dos riscos perante a ação de ressacas e ondas de tempestade e a recuperação das áreas sob intervenção, principalmente a vegetação. Além disso, o Laudo de Vistoria Ambiental Atual mostrou a existência de espécies animais, como a coruja buraqueira e esquilos silvestres. Mesmo assim, o projeto foi aprovado.

A Secretaria Municipal do Ambiente e Clima disse que a proposta de transferência da guarderia teve autorização da pasta, levando em conta o interesse do estabelecimento em questão na manutenção e preservação da vegetação no entorno. A Prefeitura do Rio afirmou que tem acompanhado as intervenções e um engenheiro florestal está orientando sobre o replantio dos coqueiros e da grama. Além disso, informa que o ninho das corujas, que existia na região, não foi afetado em nenhum momento pela obra, condição também dada pela secretaria ao requerente.

A Associação Brasileira de Windsurf disse que o projeto foi realizado com autorização da Prefeitura e com aval de biólogos que analisaram o local e o projeto.  

O INEA ainda não se posicionou.  

*Estagiário sob supervisão de Christiano Pinho

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