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Dados do Disque Denúncia apontam que uso de cerol e linha chilena cresceu em 17%

Apesar de ser proibida a comercialização, o uso, o porte e a posse de cerol e linha chilena no estado do Rio de Janeiro, as condutas ainda não são consideradas crimes

Por Nicolle Timm

Dados do Disque Denúncia apontam que uso de cerol e linha chilena cresceu em 17%
Uso de cerol e linha chilena aumentaram em 17% no primeiro semestre
Agência Brasil

Dados do Disque Denúncia apontam que o número de relatos envolvendo a fabricação, a comercialização e o uso do cerol e de linha chilena aumentou 17% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Na noite dessa segunda-feira (10), um evento irregular de pipas com uso desse material foi interrompido pela prefeitura do Rio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. O festival aconteceu na praia, na altura dos postos 11 e 12. Ao todo, 386 pipas foram apreendidas, além de 84 carretilhas com linhas chilenas, material altamente cortante e perigoso. Um veículo que estava sendo usado para armazenar centenas de pipas foi rebocado do local.

Moradores da região denunciam que festivais irregulares de pipa têm acontecido com frequência. Um ouvinte da BandNews FM, Sandro Bruno, relatou que toda segunda e quarta-feira, eventos como esse acontecem no bairro, motivo de preocupação para muitos moradores.

Durante a ação da prefeitura no Recreio, um homem de 35 anos foi conduzido para a delegacia por portar e comercializar material para a confecção de pipa e linhas chilenas, mas vai responder em liberdade. Apesar de ser proibida a comercialização, o uso, o porte e a posse de cerol e linha chilena no estado do Rio de Janeiro, as condutas ainda não são consideradas crimes e preveem apenas multa. Uma discussão que já se arrasta há mais de uma década em nível nacional.

Em 2011, uma proposta de lei já tratava sobre o assunto na Câmara dos Deputados, mas ficou parada. Já em 2019, um novo projeto de lei entrou em pauta com o objetivo de criminalizar essas condutas envolvendo o cerol e a linha chilena, o que traria punições mais severas. Mas desde então o projeto ainda não foi votado e tramita, atualmente, no Senado, sem previsão de data para ser levado a plenário.

Acidentes e até mortes causados por linha chilena e cerol não são raros no Rio de Janeiro. O major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, explica os riscos que o material oferece.

No mês passado, um menino de cinco anos precisou levar 58 pontos depois de ser atingido por uma linha chilena, enquanto andava de bicicleta em um parque em São Gonçalo, na Região Metropolitana.

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