O Cristo Redentor ficou totalmente apagado por uma hora na noite desta segunda-feira (22), em solidariedade ao atacante Vinícius Júnior. O ato foi realizado em cooperação com CBF e Observatório da Discriminação Racial no Futebol como símbolo da luta coletiva contra o racismo.
No domingo, Vinícius Júnior foi alvo de racismo durante jogo entre Real Madrid e Valencia. Durante a partida, torcedores do time adversário começaram a gritar "mono" - macaco em espanhol" - nos momentos em que o atleta estava perto da lateral. O jogador brasileiro apontou os agressores nas arquibancadas, o jogo chegou a ser paralisado e o sistema de som do estádio pediu que os insultos fossem interrompidos. Nesta segunda-feira (22), ele questionou o que falta para criminalizarem os racistas e punirem esportivamente os clubes.
Em conversa com a imprensa também nesta segunda, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse estudar a aplicação de leis brasileiras no caso. Segundo ele, "o Código Penal prevê que, em algumas situações excepcionais, é possível que, no caso de crimes contra brasileiros, mesmo no exterior, haja a aplicação da lei brasileira."
Há mais de uma semana, o Brasil e a Espanha assinaram um acordo de combate ao racismo e à xenofobia. O Ministério da Igualdade Racial do Brasil disse que vai notificar as autoridades espanholas e a La Liga. O presidente Lula também cobrou medidas da FIFA. O Itamaraty vai convocar a embaixadora da Espanha em Brasília para uma conversa sobre os ataques racistas contra Vinicius Junior.
O Real Madrid afirmou que acionou a Procuradoria-Geral da Espanha por crime de ódio e discriminação.
