Além da acusação de ter matado pelo menos cinco pessoas em 2019, entre elas dois jornalistas, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, o criminoso que foi assassinado na sexta-feira (27) na cidade é apontado em um relatório da Polícia Civil como um dos chefes da organização criminosa que atua no comércio de drogas, venda de internet e TV por assinaturas em duas favelas do município. 

Rodrigo José Barbosa da Silva era investigado por envolvimento nas mortes do jornalista Robson Giorno e Romário da Silva Barros; de um vereador e o filho; e de um outro morador de Maricá. 

O criminoso tinha virado réu pelo assassinato de Robson Giorno dois dias antes de ser morto e deixado a prisão três meses antes. 

Rodrigo chegou a ser preso em agosto do ano passado por um mandado de prisão preventiva pelo crime de homicídio, mas foi solto no dia 21 de junho de 2024. 

O criminoso foi baleado quando estava em casa, na frente de três crianças. Imagens de uma câmera de segurança mostraram o momento em que ele foi atingido. 

A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) tenta identificar os autores e a motivação do assassinato de Rodrigo Negão, como também é conhecido. A Polícia investiga o caso como homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Ele chegou a ser levado ao Hospital Municipal Conde Modesto Leal, mas não resistiu. O criminoso chegou à unidade de saúde com uma grave dilaceração no braço esquerdo, além de dois ferimentos na região abdominal.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Niterói, na mesma região. A PM disse que chegou a procurar por criminosos, mas não encontrou.

Entre janeiro e agosto deste ano, o município de Maricá acumulou 19 casos de homicídios dolosos, quando há intenção de matar. Já o número de tentativas de homicídio é de 41. No ano passado, 26 casos foram registrados. Os dados são do Instituto de Segurança Pública.

O município de Maricá teve crescimento populacional recorde no Censo de 2022. A população da cidade chegou a mais de 197 mil pessoas, um aumento de 54,87% na comparação com o Censo de 2010. Ao mesmo tempo, os moradores percebem a escala de violência no município da Região Metropolitana do Rio. 

Nos últimos meses, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Maricá recebeu diversos relatos de violência na cidade e contra comerciantes, que chegam a ser ameaçados por criminosos. O presidente da CDL, Paulo Santos, conversou com a reportagem da BandNews FM e disse que a violência aumentou no município.

Na quarta-feira da semana passada, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou Rodrigo Negão réu pelo assassinato de Robson Giorno. O deputado estadual Renato Machado (PT) também responde pela morte do jornalista, assim como outras duas pessoas. O político nega as acusações. 

Segundo o documento, Renato Machado foi o mandante do assassinato e Rodrigo Negão um dos executores. Em 2022, durante o período de campanha eleitoral do político, Rodrigo José aparece em um dos materiais publicitários ao lado de Renato Machado para promover a candidatura do político para o cargo de deputado estadual no bairro Amizade, uma das áreas de domínio de Rodrigo Negão. 

No entanto, a Justiça seguiu os promotores do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e não expediu mandados de prisão preventiva aos quatro envolvidos. O juiz Felipe Carvalho Gonçalves da Silva decretou medidas cautelares. 

Procuradas, a Polícia Militar e a Prefeitura de Maricá ainda não retornaram sobre o aumento da violência na cidade da Região Metropolitana.