Covid: Ministério da Saúde ainda não cogita aplicação de quinta dose

Rio de Janeiro liberou a imunização para pessoas com imunossupressão, participantes de pesquisas, idosos e pessoas com comorbidades com intervalo de 10 meses da quarta dose

Por João Boueri

Covid: Ministério da Saúde ainda não cogita aplicação de quinta dose Tânia Rego/Agência Brasil
Covid: Ministério da Saúde ainda não cogita aplicação de quinta dose
Tânia Rego/Agência Brasil

Apesar de algumas cidades anunciarem a aplicação da quinta dose da vacina contra a Covid-19, o Ministério da Saúde ainda não cogita recomendar a mesma medida. O Rio de Janeiro, por exemplo, liberou a imunização somente para pessoas com imunossupressão, participantes de pesquisas, idosos e pessoas com comorbidades com intervalo de 10 meses da quarta dose. Já em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e em Magé, na Baixada Fluminense, as prefeituras liberaram a aplicação da quinta dose para adultos.

O Governo Federal ainda não recomendou nem a quarta dose para toda a população. Em nota nesta terça-feira (8), o Ministério da Saúde informou que a segunda dose de reforço é indicada apenas para pessoas com 40 anos ou mais e que realiza discussões sobre a ampliação do esquema vacinal. 

No entanto, as prefeituras possuem autonomia para direcionar as doses recebidas de acordo com o quadro epidemiólogico de momento. Nesse sentido, mesmo que o Governo Federal ainda recomende a quarta dose somente para uma parcela da população, as cidades podem determinar as faixas etárias aptas a receberem os imunizantes.

Com o surgimento da subvariante da ômicron, a B.Q.1, especialistas voltam a alertar sobre a necessidade da imunização contra a Covid-19. O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, disse que a cepa consegue escapar dos anticorpos produzidos por duas doses da vacina. Ele ressalta que é necessário completar o esquema de vacinação com as doses de reforço recomendadas. 

No mês passado, a Organização Mundial da Saúde entendeu que a BQ1 ainda não se diferencia da variante Ômicron.

Para o infectologista Rodrigo Lins, com o aumento dos casos da Covid-19 nos estados, é indicada a aplicação da quinta dose para idosos e pessoas com imunossupressão. No entanto, ele afirma que a dose adicional deveria ser feita com vacinas que ainda não chegaram ao Brasil, que protegem contra as variantes Delta e Ômicron.  

Na rede pública do estado, a positividade de testes RT-PCR para detecção da Covid-19 aumentou de 3% para 7% nas últimas duas semanas, assim como o exame de antígeno, que cresceu de 5% para 16%.  

Já na rede particular Fleury, foi registrado aumento de quase 45% na taxa de positividade de testes de detecção da Covid entre 27 de outubro e 3 de novembro. No grupo Dasa, o crescimento foi de 25% na última semana, em relação à anterior.

A taxa de positividade dos testes para Covid-19 na cidade do Rio está em 28%. Na capital fluminense, apenas 35% da população tomou a segunda dose de reforço da vacina. Além disso, 72% das crianças de 3 a 4 anos não tomaram nem a primeira dose. A Prefeitura do Rio suspendeu a aplicação do imunizante nessa faixa-etária no fim de outubro pela falta de novas remessas de vacinas da CoronaVac, única autorizada pela Anvisa para esse grupo.

Nesta quinta-feira (10), o Instituto Butantan vai entregar ao Ministério da Saúde um milhão de novas doses da CoronaVac para imunização de crianças entre 3 e 5 anos.

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