Corregedoria analisará inquérito da PF do caso Marielle e investigar delegados

Segundo a Polícia Federal, o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil à época do crime, deu orientações aos irmãos Brazão, mandantes do assassinato, de como a execução deveria ser feita

Por Gabriela Souza

Delegado Rivaldo Barbosa
Fernando Frazão/Agência Brasil

A Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro vai requisitar o inquérito da Policia Federal que acusa o envolvimento de servidores da Polícia Civil no planejamento do assassinato da vereadora Marielle Franco. O corregedor, desembargador Antônio José Ferreira Carvalho, disse que vai acompanhar a apuração.

Segundo a Polícia Federal, o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil à época do crime, deu orientações aos irmãos Brazão, mandantes do assassinato, de como a execução deveria ser feita. 

O delegado Giniton Lages, então titular da Divisão de Homicídios da capital, e o comissário Marco Antônio de Barros Pinto são investigados por obstrução das investigações. Todos já foram afastados das funções públicas por uma decisão do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com as investigações, o crime começou a ser planejado em 2017 pelos irmãos Brazão, quando um projeto que tratava de regularização fundiária na região das Vargens, na Zona Oeste, foi aprovado. A medida não atendia áreas carentes, mas sim regiões de alto valor.  

O assessor de plenário de Marielle, Arlei Lourival, foi ouvido e lembrou que Chiquinho Brazão demonstrou irritação fora do comum quando a parlamentar votou contra o projeto.  

Documentos das investigações detalham como ocorreu o planejamento da execução da parlamentar e do motorista Anderson Gomes. Como parte do plano, as investigações apontam que os irmãos Brazão infiltraram Laerte Silva de Lima nas fileiras do PSOL para levantamento interno de informações. Ele então descobriu que Marielle pediu para a população não aderir a novos loteamentos situados em áreas de milícia.

O deputado Federal Tarcísio Motta, que na época era vereador do PSOL diz  que  as pessoas infiltradas nunca ocuparam nenhum tipo de posição importante no partido. No entanto o parlamentar destaca que a ousadia dos milicianos é uma afronta a própria liberdade política e democracia.

Domingos e Chiquinho, assim como Rivaldo Barbosa, estão presos e foram levados para diferentes presídios do país.

Chiquinho Brazão atuou como vereador por 12 anos e é deputado federal pelo Rio desde 2818. O União Brasil expulsou o parlamentar. A decisão foi tomada neste domingo (24), pela Comissão Executiva Nacional do partido.

Já Domingos Brazão é atualmente conselheiro Tribunal de Contas do Estado.

Em nota o Tribunal de Contas do Estado do Rio disse  que equipes da Polícia Federal está cooperando com as autoridades policiais e não se manifestará sobre o caso.

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.