Com a presença de parentes, amigos, colegas de profissão e ouvintes, o corpo do comentarista esportivo e comunicador Washington Rodrigues, o Apolinho, foi velado nesta quinta-feira (16) na sede do Flamengo, na Gávea, Zona Sul do Rio. Ele era torcedor do clube.
Apolinho morreu na noite desta quarta (15) em decorrência de um câncer no fígado. Emocianada, a filha de Washington, Patrícia Rodrigues, conta que o pai chegou a assistir o primeiro tempo da partida contra o Bolívar, pela Libertadores.
Assistiu o primeiro tempo, ouviu o terceiro gol e deu o último suspiro tranquilo, senero. A festa linda que foi no Maracanã, com todas as luzes acesas, toda a torcida. Acho que fez ele chegar mais feliz no céu. Ele morreu feliz com o Flamengo.
Atualmente, Washington Rodrigues apresentava o 'Show do Apolinho' na Rádio Tupi. O narrador da emissora, José Carlos Araújo, falou sobre a perda do colega.
A gente vivia muito mais tempo juntos do que com a nossa própria família. Essa é a realidade. Ele não foi meu amigo, perdi um irmão e por isso estou muito sentido.
Companheiro de emissora de Apolinho, ex-jogador e comentarista Gérson, o 'Canhotinha do Ouro', também prestou homenagens ao amigo.
Nós perdemos um grande personagem, dentro e fora dos microfones. Ele sempre tinha uma palavra pros mais velhos e principalmente pros mais novos.
Apolinho começou a carreia na Rádio Guanabara, que depois deu lugar a Rádio Bandeirantes. Mesmo sendo flamenguista fanático declarado, Apolinho tinha a admiração de torcedores dos outros três grandes clubes cariocas.
O radialista e colega de Apolinho, Eraldo Leite, fala do respeito com que ele tratava a cobertura das equipes.
O Apolinho conseguia ser declaradamente Flamengo e ao mesmo tempo ser querido pelas outras torcidas, do Vasco, do Fluminense, do Botafogo, de quem quer que fosse. Ele tinha essa capacidade pela sua simpatia, pela sua empatia com as pessoas do futebol.
Em 1995, ano do centenário do Flamengo, Apolinho viveu uma situação incomum, sendo chamado para ser treinador do clube, que na época contava com jogadores como Romário e Edmundo.
Apolinho criou e popularizou bordões futebolísticos que são usados até hoje. Entre eles estão 'chocolate', quando um time vence por um placar elástico, 'briga de cachorro grande', quando atletas ou times de expressão se enfrentam, e o preferido da filha Patrícia Rodrigues...
Tô feliz igual pinto no lixo, porque eu acho que foi assim que ele chegou no céu ontem com a vitória do Flamengo.
O corpo de Washington Rodrigues foi sepultado no cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.