Contratos para fortalecimento da Pequena África, no Centro do Rio, são assinados

Os investimentos totais no projeto serão de R$ 20 milhões e contempla pontos marcantes da história da população negra no Brasil

Por Gabriela Morgado

RJ: Edital para revitalização do Cais do Valongo será lançado nesta terça (23)
Tânia Rêgo/Agência Brasil

O consórcio vencedor do edital Pequena África e o BNDES assinam contratos nesta quarta-feira (28) para ações de fortalecimento da área, que fica na Zona Portuária do Rio de Janeiro e conta com pontos marcantes da história da população negra no Brasil, como o Cais do Valongo, a Pedra do Sal e o Cemitério dos Pretos Novos. O consórcio é formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, Diáspora Experience Turismo Ltda. e Instituto Feira Preta. O resultado foi divulgado em novembro do ano passado. Os investimentos totais no projeto serão de R$ 20 milhões.

Mesmo com locais tombados, a região sofre com o abandono e a insegurança, como conta a moradora Solange Reis.
 

Em tudo que é lugar que você anda, as ruas são desertas. De dia, a partir das 17h, já dá medo de a gente andar na rua, em qualquer lugar, até perto de casa. A Praça dos Estivadores virou cracolândia, que não tinha. A praça está abandonada, suja. Ali é um ponto de ônibus. Ninguém mais fica ali para apanhar ônibus, porque todo mundo fica com medo, fica inseguro, né? - diz Solange.

A região também conta com o Galpão Docas Pedro II, que fica ao lado do Cais do Valongo, e está abandonado, com pichações e janelas quebradas. Ainda em 2019, deveria ter sido instalado no local o Centro de Interpretação e do Memorial da Herança Africana. Na semana passada, a Justiça Federal deu um prazo de dois meses para a União apresentar uma avaliação técnica do projeto de reforma. O prédio foi tombado pelo Iphan em 2016.

Para a moradora Solange Reis, a abertura do memorial poderia melhorar a situação da região.



Vai dar movimento, né? E também para a gente ver, que a gente que mora aqui, principalmente, quer ver os materiais que foram encontrados aqui no Cais do Valongo, comp´lementou a moradora.

A Justiça Federal também determinou que, depois de 180 dias do fim da revisão do projeto, sejam iniciadas as obras para a construção do Memorial.

Também são rés no processo a Fundação Palmares e a associação Ação da Cidadania, que ocupou o galpão.

Procurados, o Ministério da Cultura e a Fundação Palmares ainda não responderam. A BandNews FM tenta contato com a Ação da Cidadania.

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