O presidente da Petrobras afirma que a estatal observa com atenção os desdobramentos do mercado internacional de petróleo com os conflitos entre Israel e o grupo armado Hamas. Durante agenda nesta segunda-feira (9), no Rio de Janeiro, Jean Paul Prates avaliou a situação e disse acreditar que ela deve trazer mais volatilidade aos preços.
Segundo ele, a nova estratégia comercial adotada pela companhia pode ajudar a mitigar uma eventual alta no valor dos derivados, como gasolina e diesel. Jean Paul Prates destacou ainda que a empresa vai usar fatores brasileiros para manter, dentro do possível, os preços dos combustíveis estáveis no país.
Em nota, a Petrobras afirmou que a nova estratégia comercial para diesel e gasolina aprovada pela Diretoria Executiva em maio de 2023 permite praticar preços competitivos e em equilíbrio com os mercados internacional e nacional, ao mesmo tempo em que evita o repasse para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio.
Ainda segundo o comunicado, a estatal tem observado os desdobramentos da atual situação, assim como os impactos no Brasil, e que eventuais reajustes, quando necessários, vão ser realizados suportados por análises técnicas.
A queda do preço do petróleo na última semana e o corte nos tributos federais sobre o diesel adiaram a possibilidade de um novo reajuste pela Petrobras no valor do combustível. As alíquotas do PIS e da Confins sobre o diesel e biodiesel, que chegavam ao patamar de R$ 0,11, foram zeradas na última quarta-feira (4), com a perda de validade de uma Medida Provisória que determinou o retorno parcial da cobrança em agosto.
O bom patamar do barril de referência do petróleo na última semana, vendido abaixo dos US$ 85,00, ajuda ainda a estatal a postergar um eventual reajuste. Uma fonte da empresa disse à BandNews FM que a companhia deve mudar de postura quando houver mudança nas vendas.
A BandNews FM questionou as principais distribuidoras líderes no mercado de combustíveis no país - Vibra, ex-BR, Ipiranga e Raízen - sobre os repasses aos consumidores.
Em nota, a Vibra disse que fez os repasses da redução dos impostos para toda sua rede de postos e demais clientes, mas reforçou que a composição do preço do combustível sofre influência de outros fatores.
A Raízen disse que não vai comentar. A Ipiranga afirmou que pratica uma política de preços alinhada aos parâmetros vigentes, atendendo às normas setoriais.
Até o fechamento desse texto, a Vibra não tinha respondido.
No final de setembro, a Rússia decidiu cortar parte das exportações de diesel. Analistas avaliam que o principal impacto sobre o país é a mudança na oferta das importações brasileiras.
O pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Adhemar Mineiro pontua que é preciso acompanhar agora a influência da medida no mercado internacional.
O levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, divulgado na sexta-feira passada (6), dois dias após a mudança nos impostos, mostrou que o diesel era comercializado, em média, a R$ 6,07 nos postos, recuando 0,49% frente à semana anterior.