O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirma que os países que participaram da reunião de chanceleres do G20 foram unânimes em apoiar a solução de dois Estados como única saída para o conflito entre Israel e Palestina.
Segundo o ministro, ao longo das discussões, muitas delegações condenaram as operações do exército israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e demonstraram preocupação com a possibilidade de as tensões se alastrarem para países vizinhos.
Ao fazer um balanço sobre os dois dias de reuniões na Marina da Glória, na Zona Sul do Rio de Janeiro, Mauro Vieira ainda reforçou os apelos para a liberação dos reféns mantidos pelo grupo Hamas e para a entrada de ajuda humanitária no território palestino.
Ainda segundo Mauro Vieira, grande parte das delegações também reforçou a condenação à guerra entre Rússia e Ucrânia. As tensões geopolíticas pelo mundo foram o foco do primeiro dia do encontro, que é uma das sessões preparatórias para a Cúpula de Líderes do G20, marcada para novembro, também no Rio de Janeiro.
Nesta quinta-feira (22), os debates se concentraram nas possíveis reformas de organismos multilaterais. De acordo com o ministro, todos os países concordaram com a necessidade de que as entidades se adaptem aos desafios do mundo atual.
Mauro Vieira defendeu o aprofundamento do debate sobre a inclusão de novos membros no Conselho de Segurança da ONU.
O ministro brasileiro também anunciou um segundo encontro dos chanceleres do G20 em Nova York, em setembro, quando será realizada a Assembleia Geral das Nações Unidas. A reunião será aberta a todos os membros da ONU.
O encontro no Rio contou com a participação de representantes de 30 países, da União Europeia, da União Africana e de organizações internacionais convidadas.
No discurso de abertura, Vieira tinha criticado o que chamou de paralisia do Conselho de Segurança da ONU em relação aos conflitos internacionais em curso. Ele ainda disse que a falta de ação dos organismos multilaterais na busca pela paz resulta na perda de vidas inocentes.
Mauro Vieira ainda condenou o aumento dos investimentos militares internacionais, que ultrapassam 2 trilhões de dólares ao ano, enquanto iniciativas para o combate à pobreza e às mudanças climáticas não têm tanto financiamento.