A Grande Rio faz história na Marquês de Sapucaí e desponta como a favorita no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro.
Uma das inovações trazidas pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora foi a distribuição de pulseiras de LED ao público da Sapucaí. Famosos nos shows da banda Coldplay, os acessórios formaram um céu estrelado durante a apresentação da comissão de frente.
O desfile sobre a importância da onça na mitologia tupinambá começou com um grande felino azul que se voltava ao público para "dar o bote". Os dançarinos vestiam uma fantasia escura, mas com elementos em verde que se tornavam fluorescentes com a iluminação azul projetada sobre ela.
Para a coreógrafa Beth Bejani, a apresentação deste ano superou até mesmo a da comissão do desfile campeão de 2022, quando a Grande Rio trouxe um dançarino interpretando Exu.
De volta ao Grupo Especial após 12 anos, a Porto da Pedra trouxe à Passarela do Samba uma homenagem aos saberes populares com alegorias e tripés que impressionavam pelo gigantismo. O último carro, porém, colidiu com a grade em frente ao Setor 1 e abriu um enorme buraco na avenida. Uma pessoa ficou levemente ferida.
Apesar dos erros, o carnavalesco Mauro Quintaes acredita que a escola tem força para ficar no Grupo Especial.
A Beija-Flor falou sobre um personagem marcante do Carnaval de Maceió, Rás Gonguila, mas deve perder pontos em evolução, já que um problema no quinto carro abriu um buraco do tamanho de um setor.
O Salgueiro abordou a tragédia e a beleza Yanomami, mas pecou pela simplicidade nas alegorias e fantasias.
A Unidos da Tijuca contou os mistérios e as lendas de Portugal, em um desfile com muitos elementos sem um fio condutor que facilitasse a leitura do público.
A Imperatriz Leopoldinense fechou a noite com um enredo sobre sorte arrastando o público pela Marquês de Sapucaí. Mesmo com alegorias e fantasias bem executadas, a escola foi perdendo o encanto ao longo do desfile.
Na noite desta segunda-feira (12), a Sapucaí recebe Mocidade, Portela, Vila Isabel, Mangueira, Paraíso do Tuiuti e Viradouro.
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PORTO DA PEDRA
De volta ao Grupo Especial do Carnaval do Rio, a Porto da Pedra abriu os desfiles deste domingo (11), surpreendendo com a comissão de frente. Elementos holográficos, projeção em tela de LED e levitação levaram o público a loucura para a escola falar do Lunario Perpetuo, almanaque espanhol, muito usado no Nordeste.
Apesar disso, a agremiação teve problemas para manobrar o último carro alegórico, que invadiu a grade no Setor 1 e deixou uma pessoa ferida sem gravidade. Parte do carro acabou quebrando.
O presidente de honra Fabio Montebello disse que o problema não deve interferir no resultado.
BEIJA-FLOR
A Beija-Flor de Nilópolis pode perder pontos no quesito evolução devido ao buraco criado na Avenida durante o desfile da escola na Marquês de Sapucaí. O quinto carro alegórico da agremiação apresentou problemas técnicos.
A Soberana levou para a Passarela um enredo sobre a vida de um personagem marcante no Carnaval de Maceió: o engraxate Rás Gonguila.
Por outro lado, a comissão de frente que formou um pião humano na Sapucaí chamou a atenção do público.
O artesão da escola Lucas conta quanto tempo demorou a preparação das alegorias e adereços para o desfile.
SALGUEIRO
Neste ano, o Salgueiro tentou passar uma mensagem na Avenida. A escola da Zona Norte do Rio chamou a atenção para os problemas enfrentados pelo povo Yanomami com o garimpo ilegal.
A agremiação ainda fez uma homenagem ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista Dom Phillips, assassinados, em meio a apuração de ações criminosas na Amazônia para um livro.
Apesar do tema importante, o desfile foi simples e não empolgou.
O samba foi o ponto alto do Salgueiro. O interprete Emerson Dias fez uma homenagem ao ícone Quinho, que morreu em janeiro.
GRANDE RIO
O público fez parte do desfile do Grande Rio, neste primeiro dia de desfiles do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí.
Pulseiras com luzes foram distribuídas para todos os setores e acendiam dependendo da iluminação da pista e do samba-enredo.
Inspirado no livro “Meu destino é ser onça”, o desfile da agremiação retrata o mito tupinambá da criação do mundo levando simbologia míticas-indígenas as brasileiras e latino-americanas.
Apesar de dificuldades para as alegorias entrarem na Avenida, a escola conseguiu terminar o desfile sem grandes problemas.
O presidente de honra Helinho Oliveira destaca que a festa saiu como planejado, inclusive conseguindo incluir o público no show.
UNIDOS DA TIJUCA
De forma tímida na Marquês de Sapucaí, a Unidos da Tijuca contou os mistérios e as lendas de Portugal, neste domingo (11), no desfile do Grupo Especial do Rio.
Sem o samba-enredo na ponta da língua dos componentes da agremiação, o público não se animou com o desfile.
Na comissão de frente, o coreógrafo Sérgio Lobato utilizou um tripé e danças para trazer a história da origem de Lisboa, capital de Portugal.
As alegorias e fantasias apareciam de forma desconexas, enquanto o samba-enredo batizado como "O Conto de Fados" tentava trazer muitos detalhes.
IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE
A Marquês de Sapucaí amanheceu com o samba enredo da Imperatriz Leopoldinense ecoando nas arquibancadas.
A atual campeã do Carnaval levou para a Avenida a história do testamento da cigana Esmeralda.
Logo no início do desfile, a agremiação levou um elemento cenográfico aéreo. Com uma imperatriz que sobrevoava sobre a ala "a caravana em festa".
A escola é uma das favoritas para voltar a desfilar no próximo Sábado das Campeãs.
O carnavalesco Leandro Vieira disse que a agremiação cumpriu seu papel e trouxe alegria à Passarela do Samba.