Os comerciantes que trabalhavam em um casarão que pegou fogo no Centro do Rio na madrugada desta terça-feira (1º) estimam um prejuízo de mais de 40 mil reais. O local abrigava lojas de equipamentos eletrônicos e uma lanchonete.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio começou após um curto-circuito na fiação entre o primeiro e segundo andares. O imóvel fica localizado na Rua República esquina com Rua da Constituição.
O dono de uma das lojas, Orlando Braga, afirma que escutou uma explosão e logo viu as chamas. Ele contou com a ajuda de vizinhos para fugir do incêndio.
O proprietário do prédio, João Bosco, trabalha no local há 20 anos. Ele relatou que não foi a primeira vez que o que acontece um incêndio no imóvel.
Na manhã desta terça (1º) ainda havia focos de incêndio. Bombeiros do quartel Central trabalharam por quase 12 horas para combater totalmente às chamas. Ninguém ficou ferido.
As linhas 2 e 4 do VLT, que operam na região, tiveram o funcionamento impactado por toda a manhã e só circularam até a estação Saara.
Segundo a Defesa Civil Municipal, oito imóveis da Rua República do Líbano foram interditados por tempo indeterminado por causa do risco de desabamento.
De acordo com o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, o casarão de número 36 não é tombado, mas é considerado preservado pela Proteção do Ambiente Cultural, tendo apenas a fachada e a cobertura protegidas pela lei.
No intervalo de duas semanas, este é o segundo caso envolvendo problemas em casarões do Centro do Rio. No último dia 20, um imóvel desabou na Rua Senador Pompeu, próximo a Central do Brasil e matou um homem.
No dia 24 de abril, está marcada uma Audiência Pública para discutir um Projeto de Lei Complementar do Reviver Centro, para que a prefeitura possa intervir de maneira imediata nos imóveis ou terrenos que estão abandonados na cidade.
Atualmente, 160 casarões estão sob risco mais sério desabamento, segundo dados da subprefeitura do Centro. A ideia é reformar essas áreas com ajuda de técnicas como retrofit, tendência utilizada em todo o mundo, que permite que construções em ruínas sejam reformadas, divididas em unidades menores ou usadas como espaços culturais, preservando o valor histórico do imóvel.