Com alta recorde da agropecuária, o Produto Interno Bruto brasileiro fecha 2023 com crescimento de 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões. O porcentual é quase o mesmo registrado em 2022, de 3%.

Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (1º). O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país e serve para medir o comportamento da economia.  

O crescimento registrado foi concentrado nos primeiros trimestres do ano. Nos últimos três meses de 2023, os números apontam estagnação em relação ao trimestre anterior.

Em todo o ano, a agropecuária registrou alta de 15,1%, especialmente devido às safras de soja e milho e ao clima favorável. O setor foi responsável por um terço do crescimento do PIB.  

O agricultor e presidente da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros do Rio de Janeiro, Carlos Magalhães, conta que no estado a produção até caiu, mas o aumento do preço dos produtos fez o faturamento crescer.

Também houve crescimento de 2,4% no setor de serviços e de 1,6% na indústria. Segundo o IBGE, porém, as indústrias de transformação e construção fecharam o ano em queda, de 1,3% e 0,5%.

Na ótica da demanda, que considera o que foi consumido pela população, o investimento feito pelas empresas e o quanto foi gasto pelo governo, houve alta de 3,1% nas despesas das famílias e de 9,1% na exportação de bens e serviços.

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explica os fatores que levaram ao aumento do consumo das famílias. Entre os motivos para a alta, estão a melhora no mercado de trabalho, o aumento da massa salarial dos trabalhadores, os programas de transferência de renda do governo e o arrefecimento da inflação.

O resultado de 2,9% no ano supera o que era esperado pelo mercado. No início de 2023, projeções apontavam um crescimento menor que 1%. Já a prévia do PIB, divulgada pelo Banco Central no mês passado, apontava expansão de 2,45%.

Já o PIB per capita alcançou R$ 50.194, um avanço de 2,2% em relação a 2022.