O governador do Rio, Cláudio Castro, nega que as operações policiais realizadas no Complexo da Maré, na Zona Norte, nos últimos dias, tenham sido feitas para vingar as mortes de dois agentes do Batalhão de Operações Especiais da PM durante ação na região na semana passada.
Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (18) com informações da operação, o governador também afirmou que a ação aconteceu dentro das diretrizes da ADPF das Favelas e ressaltou que a operação terminou com a prisão de muitos suspeitos e com a apreensão do que chamou de um "arsenal de guerra".
Ao todo, 23 pessoas foram presas e um menor foi apreendido no dia 11 de junho. A Polícia Civil afirma que pelo menos 11 deles são de outros estados, sendo cinco de Minas Gerais, três do Ceará, um do Maranhão, um do Espírito Santo e um do Amazonas. Dois policiais militares que atuavam no BOPE foram baleados e não resistiram.
Na semana passada, o ministro do STF Edson Fachin determinou que Cláudio Castro prestasse esclarecimentos sobre as operações na Maré. O pedido foi feito dentro da ADPF 635, a ADPF das Favelas. Na resposta, o governador também confirmou que os policiais envolvidos na ação estavam utilizando câmeras operacionais portáteis.
Uma semana após a operação, moradores do Complexo da Maré voltaram a relatar tiroteios nesta terça-feira (18), quando a Polícia Civil realizou uma ação contra suspeitos de receptar e revender roupas de grife roubadas no Parque União.
No início da tarde, ouvintes da BandNews FM relataram muitos tiros e helicópteros circulando pela região.
Duas escolas estaduais e uma unidade de saúde municipal foram fechadas por segurança.
Na operação, que aconteceu, também, na favela da Rocinha, na Zona Sul, e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, os agentes prenderam um homem em flagrante e cumpriram três mandados de busca e apreensão.
A investigação começou após uma sequência de roubos de carga de alto valor. Em um dos casos, o prejuízo estimado foi de mais de R$ 3 milhões em itens de vestuário.
Segundo a Polícia Civil, criminosos ligados a uma facção criminosa levavam as cargas para o interior das comunidades, onde os materiais eram repassados a empresários do ramo.
De acordo com as investigações, o grupo estaria sediado nas comunidades Nova Holanda e Parque União, na Maré, com ramificações nas outras regiões.