Cláudio Castro afirma que a Uerj não pode pagar para que alunos estudem, exceto casos isolados

Governador também criticou os alunos que foram flagrados em um vídeo na sala de reuniões da Reitoria na semana fumando e dançando no espaço

Por João Boueri

O governador Cláudio Castro afirma que o estado do Rio chegou no limite orçamentário e que a Uerj não pode pagar para que os alunos estudem, exceto em casos isolados de vulnerabilidades. A declaração foi dada durante agenda realizada nesta segunda-feira (9).

O político também criticou os alunos que foram flagrados em um vídeo na sala de reuniões da Reitoria na semana fumando e dançando no espaço. Cláudio Castro disse que o estado não vai pagar o que classificou como "bolsa-maconha".

As falas acontecem em meio à ocupação da universidade, que chegou ao vigésimo dia seguido nesta segunda-feira (9). As aulas seguem suspensas no principal pavilhão do campus Maracanã, na Zona Norte, no prédio de Enfermagem, na mesma região, e nos campi de Duque de Caxias e São Gonçalo. 

A ocupação também já dura mais de 1 mês nas salas da reitoria. O movimento já tinha impedido a realização de aulas em semanas anteriores ao início da última ocupação. 

Castro disse que nunca reduziu o orçamento da Uerj e que negociou o repasse de R$ 150 milhões para ajudar a universidade.

Cerca de 26 mil alunos de graduação e pós-graduação foram afetados. Eles falam sobre o prejuízo no ensino.

No primeiro dia após a realização do vestibular deste ano, o principal pavilhão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro voltou a ser ocupado por estudantes.

No entanto, diferentemente das últimas semanas, o movimento que ocupa a Uerj como um ato contra cortes nas bolsas de assistências estudantil liberou a entrada de outros estudantes, técnicos-universitários e funcionários terceirizados. Por isso, algumas atividades administrativas foram retomadas.

O espaço chegou a ser liberado no domingo (8) para a realização do segundo exame de qualificação do vestibular da Uerj. No entanto, o acordo entre os estudantes e a reitoria foi feito somente para a prova. Logo após o término do vestibular, os estudantes retomaram a ocupação. 

As manifestações começaram em julho, quando a Uerj anunciou corte nas bolsas de Apoio à Vulnerabilidade Social (BAVs). O índice sócio econômico para receber o auxílio era de 1,5 salário mínimo. Agora, o critério caiu para 0,5 salário mínimo. A redução afetou cerca de mil estudantes. 

Desde então, a reitoria tenta negociar com os estudantes a implementação de propostas de transição, como uma bolsa de R$ 400 até dezembro, auxílio transporte e tarifa zero no Restaurante Universitário. As medidas ainda não foram aceitas pelos integrantes do movimento da ocupação. 

Enquanto isso, as salas da reitoria deram lugar a cenas como alunos fumando e dançando. Do lado de fora, também na semana passada, um protesto com barricadas incendiadas terminou com o uso de spray de pimenta pela Polícia Militar.

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