Cinco colombianos são presos pela Polícia em Niterói, Região Metropolitana

Suspeitos vão responder por associação criminosa e usura, que é a cobrança de juros acima dos limites legais

Thuany Dossares

Quadrilha tinha cerca de R$ 200 mil de faturamento mensal Reprodução/Polícia Civil
Quadrilha tinha cerca de R$ 200 mil de faturamento mensal
Reprodução/Polícia Civil

Vão responder pelos crimes de associação criminosa e usura, que é a cobrança de juros acima dos limites legais, os cinco colombianos presos pela Polícia Civil, em Niterói, na Região Metropolitana, acusados de praticar agiotagem com o dinheiro do tráfico de drogas.
De acordo com as investigações, os irmãos Jesus Franceny Bedoya Giraldo, de 52 anos, e Javier Bedoya Giraldo, de 49, são ex-integrantes do cartel de Cáli e se associaram ao Comando Vermelho.

Eles começaram a ser investigados em junho, após a Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE) descobrir que eles estavam introduzindo na facção uma prática comum em sua terra natal: emprestar a juros exorbitantes o dinheiro conseguido com o tráfico de drogas.
Segundo o delegado Rodrigo Coelho, as principais vítimas do grupo eram pequenos comerciantes.

"São colombianos que exerciam atividades ilícitas na Colombia, ligados à carteis, segundo informações que temos. Então o dinheiro inicial que eles começam a atividade aqui no Brasil tem por origem possível, que é o que queremos confirmar, a atividade de tráfico de drogas de cartéis colombianos. Eles introduziram no Brasil essa prática junto à maior facção criminosa. O público deles é essencialmente comerciantes de comércio popular, pequenos comerciantes", explica Coelho.

Ainda de acordo com o delegado Rodrigo Coelho, as anotações apreendidas durante as prisões, que aconteceram nesta segunda-feira (25), revelaram que o grupo chegava a cobrar juros de 44% ao mês às vítimas, o que representava mais de R$ 200 mil de faturamento mensal.

"Eles faturavam até 44% ao mês. A pessoa pegava o dinheiro e tinha que devolver o capital com esse acréscimo, segundo calculos rápidos que fizemos. O pagamento era diário, de segunda a sábado. Quem pegava R$ 1000, por exemplo, pagava R$ 60 por dia. Pelas anotações, eles tinham mais de R$ 500 mil em circulação, o que dava um faturamento de mais de R$ 200 mil por mês", disse o delegado.

Além dos irmãos, Cristian David Bedoya Carvajal, Edwin Adolfo Osorio Betancurt e Leidy Xiomara Hincapie Valencia também foram presos na ação da DRE, que contou com o apoio de agentes da Delegacia de Realengo (33ª DP), para cumprir mandados de busca e apreensão.
Durante o cumprimento dos mandados, foi encontrado farto material detalhando a distribuição do dinheiro bem como as cobranças. Também foi arrecadado em um dos locais quase R$ 50 mil em espécie.

Mais notícias

Carregar mais