Chinesa se torna ré por injúria racial em loja de Copacabana

Ela também responde por dano qualificado, vias de fato e impedir o acesso da cliente ao estabelecimento comercial

Christiano Pinho

Confusão em loja foi registrada por câmeras de segurança.
Reprodução / Vídeo

A chinesa Li Chen se torna ré por injúria racial, dano qualificado, vias de fato e impedir o acesso de uma cliente a um estabelecimento comercial em Copacabana. Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Rio pelos crimes cometidos contra Laura Brito dos Santos Viana, no dia 21 de setembro.

Para o juiz Andre Felipe Veras de Oliveira, a materialidade e a autoria das infrações estão demonstradas. Ele destacou que na delegacia Laura e uma testemunha deram relatos coerentes e harmônicos, enquanto a ré não quis prestar declarações.

O magistrado também aceitou que a vítima atue como assistente de acusação no processo.

Na denúncia, o MP apontou que a Li Chen, motivada por questões de preconceito de raça e cor, deu dois tapas no braço de Laura, e destruiu, intencionalmente, o celular da vítima. Ainda segundo o órgão, a denunciada também ofendeu a dignidade de Laura Brito, com intenção de injuriá-la, usando xingamentos como "preta safada", "neguinha" e "macaca". A promotoria diz ainda que a ré negou-se a atender a cliente dizendo em tom intimidativo: "não quero ninguém da sua raça na minha loja" e "não quero essas 'neguices' na minha loja".

A defesa de Li Chen afirma que a denúncia destoa dos fatos ocorridos, conforme mostram vídeos das câmeras de segurança. As imagens mostram a chinesa e Laura desferindo tapas uma contra a outra, depois que lojista tira da mão da vítima uma cesta de compras. Alguns objetos, como um celular, caem no chão, e as duas continuam discutindo.

A advogada Camila Félix diz que a acusada não fala português, consegue realizar apenas comunicações básicas e desconhece as expressões mencionadas na denúncia. Ainda segundo a nota recebida pela reportagem da BandNews FM, a denunciada se aproximou da cliente para auxiliá-la nas compras, apesar de não ter conhecimento pleno do idioma português. 

A advogada considera a prisão arbitrária e diz que ela tem como base somente o relato da consumidora e de uma testemunha, que segundo ela não estava na loja no momento da confusão, e questiona a falta de um tradutor juramentado e de um advogado no momento em que a chinesa assinou o registro de ocorrência. A defesa informa que vai entrar com uma ação de falso testemunho e denunciação caluniosa.

Li Chen responde ao processo em liberdade.

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