Chacina de Vigário Geral completa 30 anos; nenhum dos acusados continua preso

No dia 29 de agosto de 1993, cerca de 50 homens encapuzados entraram na comunidade da Zona Norte do Rio atirando nos moradores, que não tinham qualquer ligação comprovada com o tráfico de drogas

Por Pedro Dobal

Chacina de Vigário Geral completa 30 anos
Reprodução/TV Brasil/EBC

Trinta anos depois de uma das maiores chacinas da história do Rio de Janeiro, que vitimou 21 pessoas em Vigário Geral, nenhum dos acusados de participação no crime continua preso.

No dia 29 de agosto de 1993, cerca de 50 homens encapuzados entraram na comunidade da Zona Norte do Rio atirando nos moradores, que não tinham qualquer ligação comprovada com o tráfico de drogas. O grupo invadiu um bar durante a transmissão de um jogo entre Brasil e Bolívia nas eliminatórias da Copa de 94 e efetuaram diversos disparos.

Na ocasião, as investigações da Polícia Civil apontaram que o crime foi cometido para vingar o assassinato de quatro policiais militares.

Ao todo, 52 PMs foram denunciados pela chacina. Dos sete que acabaram condenados, três foram absolvidos em outros julgamentos, dois receberam liberdade condicional e dois foram assassinados antes de cumprir toda a pena.

Ao longo desta terça-feira (29), diversas homenagens marcam as três décadas do episódio. Entre elas, a inauguração do Monumento em homenagem às vítimas da Chacina, na Praça Catolé do Rocha, a iluminação do Cristo Redentor na cor verde e uma missa realizada pelo arcebispo do Rio, Orani Tempesta, na Paróquia de Vigário Geral.

No ano passado, os familiares das vítimas voltaram a receber pensões vitalícias após a aprovação de uma lei pela Assembleia Legislativa do Rio. A medida também beneficiou as famílias dos mortos na chacina da Candelária, que também ocorreu em 1993.

Segundo o Instituto Fogo Cruzado, apenas no primeiro semestre deste ano, a Região Metropolitana do Rio registrou 31 chacinas, que deixaram 109 mortos. Seis em cada 10 casos aconteceram durante ações policiais.

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